terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Percurso Incompleto

Os seus ossos saltam do corpo
os seus traumas ele não esquece
vive milênios num segundo
não permite que a raiva lhe acalme

conta os números e palavras não ditas
escreve muito e diz que pensa pouco
mira no alvo e sempre erra de propósito
faz promessas para ter o que seguir

Pinta o céu de azul aqui
memórias esquecidas ali
Lembra quem foi em outras vidas
Apenas por pura satisfação
Era uma prostituta em ação

Torce pela vitória de seus adversários
vive num mundo à parte
na contra mão de uma via única
sem movimento premeditado
é conhecido como um ser irriquieto
escolhe sempre a direção do vento

E parece nunca ter tempo
estuda os livros de filosofia
e acha que toda fantasia é real
e lamenta que todos os homens
tenham suas purezas contaminadas
pelas infinitas mentiras mais honestas
já contadas pela maioria fingida
como um pobre que deixa uma fortuna escondida

Num ármario perdido em um brick
onde ninguém irá procurar
ele deseja o melhor lugar pra morar
desde que haja um minuto de paz
quando o tiroteio acabar
Ele escolhe de novo pra onde ir

E assim vive e pra sempre viverá...
Até o dia em que o sol não vier
E o vento sul não soprar
só pra que tenha um final feliz

Escreve suas poesias com giz
E as recita em seu percurso incompleto
Pois dentre todas as coisas perdidas que achou
Ainda lhe falta encontrar o seu grande amor... RR

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