domingo, 28 de novembro de 2010

Noite Chata

Tô agora como se fosse uma chaleira fervendo
queimo quem encosta e derramo água quente
em formas de palavras proferidas
Experimento sençasões,
não me surpreende as reações

Meu eu me diz bobagens
Eu não quero ouvir
melhor me retirar
minha cama é o melhor lugar

Subterfúgio de quem ta inquieto
mas que sabe onde se encontra
e como não ta aqui agora
melhor deixar pra lá essa noite chata

Onde eu estou chato
Onde eu não salvo meus atos
Mas ainda respondo por eles
assino embaixo de minhas previsões
E digo em alto e bom som
Que ainda estou certo de que é o melhor...RR

Conflitos Internos

Quando o dia não é bom
Eu ainda erro o tom
da minha própria vida
Escondo de mim mesmo a saída

O sangue esquenta
Ja ta acostumando
eu fico esperando
ja sabendo que é em vão
analise a minha situação

Estou aqui, estou só
Penso em mil coisas
que não deveria pensar
suponho tragédias distantes
imagino cenas relevantes
que eu não deveria me importar
transformo algo bom numa doença
que afeta a mente e não me deixar dormir
e eu fico em casa, evitando sair por ai
Insistindo em combater meus conflitos internos

Malditos conflitos internos!!!

Sol de verão
na minha sala não há som
E repito a minha sina
Continuo escondendo a saída

E isso me atormenta
Daqui ha pouco o dia vai clareando
E eu continuo esperando
Todavia minha ilusão
É o que sustenta o meu coração

Permaneço aqui, só
Já não penso em mil coisas
meus olhos começam a pesar
Continuam distantes
Se tornam irrelevantes
Seu modo desconfiado de olhar
Pesquiso a cura pra minha doença
Talvez precise beber e dirigir até colidir
Num muro incolor pixado de amor por ai
Que enfim leve pro inferno meus conflitos internos!!!

Malditos conflitos internos!!! RR

sábado, 27 de novembro de 2010

Filme decepcionante

Madrugada de sábado para domingo... mais de 2h e 30min já.. tinha escolhido um filme pra ver, mais um com Jim Carrey. Pra minha surpresa, o pior de todos os filmes dele. Repugnante. Nojento. Curioso que na capa diga "Um dos filmes mais engraçados do ano", pois eu não consegui dar nenhuma risada. Talvez eu esteja um pouco azedo, mas mesmo assim, o filme é péssimo. Uma decepção completa.

Steven Russell (Jim Carrey) é um homem que tem uma vida feliz ao lado de sua mulher (Leslie Mann). Mas quando ele sobrevive a um grave acidente de carro, sua vida muda para sempre. Steven assume que é gay e decide aproveitar tudo o que a vida pode lhe oferecer de melhor, nem que para isso tenha que dar alguns golpes.

Fim da Guerra

No dia 12, desse mês, fiz um post aqui no blog chamado LIXO DE SERVIÇO, o qual contei a história de um conflito que vinha travando com a PREFEITURA já ha dois meses por uma simples retirada de lixo. Então, conforme eu havia prometido, declarei guerra a partir daquele momento. Na SECRETARIA DE OBRAS ninguém aguentava mais ver a minha cara nem ouvir a minha voz, e eu igualmente a deles. FINALMENTE, na tarde de ontem a guerra teve fim. O lixo foi retirado e o serviço cumprido. Fica aqui registrado o meu agradecimento...
MUITO OBRIGADO, PREFEITURA! MUITO OBRIGADO!!!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Escute-me

Sim
estou aqui
meu pensamento está voando
e ele me diz coisas que eu não quero acreditar
que eu não quero acreditar

eu passei por tantas coisas
e as flores não nasceram
e minha vida está diferente do que eu imaginava
pois nada mais me levará

às palavras não ditas
às frases esquecidas
eu vou pegar
pra você ler

Eu vou pegar
pois eu posso

Escute-me
Eu vou confundir
porque simplesmesnte
eu não posso negar
que te amo
e estou convencido
que o melhor é te amar

Ahahahahahahaahha

To tão feliz que posso até confundir
as coisas certas a fazer hoje e amanhã
Nosso amor está no ar
E você pode até pegar

pegue e dê para mim
daquele jeito, assim

Aham, Aham, Aham, Aham

Quero viver de bem com você
pois é o que me sustenta agora
Quero viver bem
sempre de bem
sempre...RR

Leitura do mês

Prossigo insistindo nas aventuras investigativas de Sherlock Holmes. No seu mais recente livro, A Execução de Sherlock Holmes, quanto mais você lê, mais você quer ler. E acho que é isso que todos buscam em um livro. Então, sem mais milongas...vamos a ele..



Holmes vive! Em cinco histórias de detetive recém-criadas, engenhosas e místicas.Dopado, algemado e condenado, preso em uma cela abafada nas profundezas da infame e abandonada prisão londrina de Newgate, o maior detetive da literatura mundial aguarda sua execução levada a cabo por um grupo vingativo de terríveis e velhos inimigos.A fuga é impossível; a morte, uma certeza. A não ser que Sherlock Holmes, em uma excepcional iluminação do espírito, combinada com bravura, consiga escapar do laço do carrasco e viver para tocar seu violino, espionar e raciocinar outra vez mais. Apesar dos imensos obstáculos, Holmes também desvendará o código do Serviço de inteligência alemão nos meses que antecedem a participação da Grã-Bretanha na Primeira Guerra Mundial, levando O caso da chave grega a um final de excepcional elegância. Em toda parte dos cinco contos escritos com destreza, paira o suspense enigmático e misterioso no ar nada, porém, que escape do domínio de mestre do incomparável Sherlock Holmes.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

27 Anos da rádio Ipanema Ovelha Negra

Agora são 2h15min da manhã... e só nesse momento achei tempo pra postar sobre o domingo passado em que rolou o aniversário da rádio Ipanema Ovelha Negra e Opinião de Porto Alegre.
O fim de semana que passou foi de muito rock... como ha tempos eu vinha sentindo falta. A sensação boa de colocar o pé na estrada. As placas e cidades, quartos de hotéis, lugares diferentes e tudo mais. Expectativas. O destino era o anfi teatro Pôr-do-Sol em POA. E lá foi demais. O melhor do rock gaúcho estava presente.

Algumas Imagens falarão mais que mil palavras que eu possa colocar aqui...

Duda Calvin (Tequila Baby) um dos shows mais esperados...

Acústicos & Valvulados (Aprendi a gostar de rock ouvindo eles)

Mallenoti e Alemão


O Mestre Alemão Ronaldo ("_aqui toca rock'n'roolll, não tem axé, não tem pagode, foda-se!")

Rosa Tattooada (Um dos mais esperados por mim)



O Público fiel

E, pra terminar, ao fundo, o aplauso deste humilde burguês rockeiro imundo que vos fala...RR

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Inveja

Hoje me caiu a ficha de algumas coisas que acontecem...coisas que a gente não vê nascer, coisas que se contagiam nas almas dos mais fracos. Os mais baixos. Existem várias dessas coisas, mas falo de uma em especial. Isso não se releva, ela atende por Inveja, ataca os corações de pessoas pobres e de espíritos imundos. Eu faço parte das pessoas que acreditam que o famoso "olho grande" pode fazer efeito sim. A inveja gigante de certas pessoas é capaz de atrapalhar outras pela simples intensidade de energia ruim que trás consigo. Espero eu estar livre de um dia sequer supor sentir inveja de alguém...falo dessa inveja ruim e destruidora...a questão do "ele tem e eu não"... "como chegou até aqui tão rápido enquanto eu luto ha tempos e não consigo". Isso definitivamente me da nojo, me angustia e minha vontade é de vomitar em cima de certas pessoas. Era pra ser tão fácil cada um cuidar da sua própria vida em vez de ficar metendo a cara suja e mal lavada na vida dos outros. Torço pra que isso passe. Tomara que passe. Pro bem de ambos. RR

Obs::: ainda postarei sobre a missão do fim de semana, que era o aniversário da rádio ipanema e que foi cumprido com devido sucesso... até breve...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Missão do Fim de Semana


Acontecerá no próximo domingo, celebração de aniversário da Rádio Ipenema... no anfiteatro Pôr-do-Sol, em Porto Alegre... várias atrações num evento de dia inteiro... e o melhor...totalmente de graça...free...livresão...mais aaaaaaaaaaaaaaaaa... quem puder ir que não perca...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Em Busca de Harmonia

Fim de tarde de um dia extremamente estressante... Vou pra praia...afinal, harmonia com o meio ambiente é o primeiro passo para se estar em harmonia com você mesmo...e como harmonia é algo que vem faltando ultimamente..lá fui eu...queria um banho de mar...mas tava frio...frio...frio...

Lá...Será..será...


Algum Tempo depois...

Pronto.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Uma Briga Feia

Ele começou a me ofender.. ai eu fui me irritando, não pude ficar quieto

Então ele persistiu e ai eu precisei ser mais enérgico 



Por fim, apontei o dedo na cara dele e falei tudo que devia !!!

É...de fato eu não ando bem, hehehe!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A 1ª vez da Formiguinha

A formiguinha estava lá sentada
À luz do sol fraco descansava
sua cabeça e seus pensamentos
Voltada ao seu pequeno universo
Pensava em coisas que faltavam
Suas amiguinhas todas já namoravam
mas ela ainda não provara desse mel
A formiguinha nunca tinha ido pro motel

Ela sequer havia beijado na boca
imaginava o quanto essa sensação era louca
olhava ao redor e fumava seu cigarro
enquanto as outras formigas festejavam

houve um dia então, uma forte chuva, um trovão
E a formiguinha estava sozinha na cozinha
com medo, assustada, mas ainda depravada
desejou de coração
um momento de tesão

Foi dormir e pôs-se a sonhar,
Ela queria e precisava transar
nos seus sonhos quentes, tão inconseqüentes
a pequena formiga rainha suspirava
era tão real o seu vôo nupcial

No sonho ela gritava
"_Saiam todos da minha casa!!!
Eu quero perder as minhas asas!"
E o grande momento chegava

Mas nessa noite porém
O sonho foi além
Sem entender o quanto estava sendo real
não viu que o macho teve a idéia genial
Entrou escondido pela porta da frente
Deitou ao lado da formiguinha inocente
e enquanto ela sonhava ele trabalhava
Primeiro devagar, depois mais forte
Pobre formiguinha sem sorte
Tanto sonhava e não viu acontecer

E raiando o dia, chegando a claridade
A formiguinha tinha perdido a virgindade
Tão somente suas asas haviam caído

E o macho faceiro ja tinha se ido!!! RR


Exercícios de Violão

Aí está meu principal afazer na tarde de um feriado. Geralmente tardes de feriados são um tédio, mas essa foi proveitosa. Meu exercícios cheios das notas musicais e repetições que começo a aprender a fazer... isso é um começo e ta dificil... mas acontece que acima da vontade, do empenho, do sonho de aprender... está a decisão de aprender.
Eu DECIDI, e vou. Ah! Se vou! RR

domingo, 14 de novembro de 2010

Um texto cheio de Atrevimentos...

Como se atreve a fazer isso? Acha que é quem pra chegar assim e arrasar? Pega meu coração, faz o que quer! Olha olha, isso é perigoso, hein! Onde nos levará?! Não tem medo? Não, né! Perdeu junto comigo por ai, num desses encontros cheios de atrevimentos que rolam ha um tempo já. Atrevida, é isso que tu é! Coragem a gente tem! Qualquer lugar...por um dia ou quem sabe mais de um ano... Mudar e transformar...quanta coisa a gente teve...né!!! Estou a imaginar... e fiquei com vontade de te bater... bem daquele jeito, aquele mesmo que eu sei que tu gosta. Vai dizer que não é bom! Ah! Em quantos quartos a gente esteve, hein?! Quantos gemidos espremidos, lugares estratégicos molhados e envenenados de desejo! Que atrevimento esse seu. Hum...deixe-me ver... Um registrado na história do outro...querendo fazer mais. Juntos somos fortes, juntos somos completos...indiferentes a opiniões e à blá blá blás. Sentindo o inédito e alimentando a esperança da próxima vez. A cada dia que passa se torna mais difícil ficar longe, não era assim antes e o novo nos atrai. Por vezes é dificil lidar com sentimentos inusitados que sentimos. Ciúmes bobos...sem porquê vindo das duas partes. Como nos atrevemos! Estarmos bem...bom que ainda existe o fundamental respeito, a tão mágica admiração, o intenso e poderoso tesão e o maior bem de todos, que muitos procuram e que talvez não acharam ainda...talvez por medo de se atrever. Sim, sim. Ta calor aqui. Talvez amanhã nos veremos...daqui ha um tempo, como seremos? Hoje é um domingo chato. Acho que estou com falta de dormir e é o que devo fazer. Talvez daqui ha pouco vá sonhar com você, sonhos atrevidos. E o melhor de tudo, é ter a certeza de que você é bem mais do que esse sonho atrevido...e imagino que tu goste do atrevimento de ser tão real assim dentro de mim...RR

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Filme na Matina

Madruga


quase cinco da manhã


e eu acabo de assistir um dos meus filmes favoritos,








O Mentiroso
com Jim Carrey






O Lançamento dele foi lá no distante ano de 1996, mas filme bom sempre será bom.


Fletcher Reede (Jim Carrey), um advogado, se vê em uma situação delicada quando Max Reede (Justin Cooper), seu filho, ao soprar as velas do bolo pede que seu pai não minta por um dia. O desejo é atendido, impedindo Fletcher de falar qualquer tipo de mentira, mas se as pessoas falam uma mentira ou outra, para um advogado mentir faz parte do cotidiano. Fletcher não entende o que está acontecendo e se envolve em várias confusões, principalmente quando precisa defender no tribunal uma mulher traidora (Jennifer Tilly) que tem que se passar por santa para tirar os bens do rico marido.


LIXO DE SERVIÇO

É foda depender de outras pessoas ou ÓRGÃOS PÚBLICOS para alguma coisa. Há dois meses atrás me dirigi até a prefeituta da minha cidade, para requerer um pedido de retirada de entulho, em frente a minha casa, que fica na praia, a 6km da cidade; coisas provenientes de uma limpeza que fiz no quintal, para que começasse as intermináveis obras que viriam a seguir. Pois bem, além de precisar pagar uma singela taxa por um serviço que, acredito, deveria ser prestado gratuitamente a qualquer cidadão, mas isso não vem ao caso, a questão é que passado esse tempo, ATÉ HOJE, o lixo continua lá, agora em maior volume devido ao andamento da obra, que nem tinha começado na época do pedido. É uma VERGONHA aliada à FALTA ABSURDA DE RESPEITO. Já perdi a conta de quantas vezes larguei tudo o que estava fazendo e me dirigi até a SECRETARIA DE ÓBRAS na qual, certa vez, ainda fui questionado pelo DIRETOR: "_tu acha que nós vamos até lá APENAS para fazer esse serviço? Quando houver ordem para obras municipais lá, nós vamos!" ABSURDOOOO!!! Nas demais vezes fui tratado adequadamente, porém sempre ouvi o mesmo blablabla "_Pode ficar tranquilo, daqui ha dois dias no máximo seu lixo será retirado". Me pergunto "e ai?!" Será que eles pretendem NUNCA concluir o serviço. MERDA DE ADMINISTRAÇÃO essa. Pois bem, agora meu vizinho alugou sua casa e precisa de espaço para que seus locatários possam passar com o carro, ao menos. O pedreiro fez o que pode, mas a situação ta insuportável. Pergunto: onde eu soco o maldito lixo? Talvez no CU de quem deveria tê-lo tirado e ainda não o fez. Decidi agora que tornarei a vida dessa gente um inferno todos os dias até que realmente façam o serviço. Se for preciso ir até o excelentíssimo prefeito eu irei. Agora é GUERRA e eu vou até o fim! RR

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Fim de semana por ai...



Fim de semana por ai...

sem rumo certo nem hora marcada,

ir onde quiser... matar a saudade...

Parar o tempo, congelar a realidade

Falando de coisa boa, dando risada

Ficar cansado de caminhar

A procura do lanche pra matar a fome

Ou do melhor lugar pra ficar

Na farmácia não tinha nada

mais uma vez nós não tínhamos casa

no ônibus vozes irritantes gritavam

Mas a felicidade andava de mãos dadas

Os sonhos e planos, os pensamentos insanos

As idéais mais loucas, os momentos sem roupa

e tudo mais que trás a paz

Eu estava na sua frente há um dia atrás

Espero repetir de novo tudo que sempre é inédito

ventilador no teto, televisão, aquela posição

As coisas simples que mais têm valor

comemorar quase três anos de um grande amor... RR

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Rouxinol e a Rosa

Na internet é assim, a gente vai pesquisar sobre determinado assunto quando se depara com outro que nos leva a outro e assim sucessivamente até o momento que aquela questão inicial tão importante torna-se secundária e a gente se depara com o que menos espera e que não imaginávamos que fosse nos despertar interesse. Foi assim que hoje dei de cara com um texto que achei demais. Mesmo que seja possível de encontrá-lo em vários blogs por ai, senti vontade de postá-lo aqui e assim farei.. Pena que o final é triste, mas vale à pena..


O Rouxinol e a Rosa

_ Ela disse que dançaria comigo se eu lhe levasse rosas vermelhas – exclamou o Estudante – mas estamos no inverno e não há uma única rosa no jardim...
Por entre as folhas, do seu ninho, no carvalho, o Rouxinol o ouviu e, vendo-o ficou admirado...
_ Não há nenhuma rosa vermelha no jardim! – disse o Estudante, com os olhos cheios de lágrimas. – Ah! Como a nossa felicidade depende de pequeninas coisas! Já li tudo quanto os sábios escreveram. A filosofia não tem segredos para mim e, contudo, a falta de uma rosa vermelha é a desgraça da minha vida.
Eis, afinal, um verdadeiro apaixonado! – disse o Rouxinol. Tenho cantado o Amor noite após noite, sem conhecê-lo no entanto; noite após noite falei dele às estrelas, e agora o vejo... O cabelo é negro como a flor do jacinto e os lábios vermelhos como a rosa que deseja; mas o amor pôs-lhe na face a palidez do marfim e o sofrimento marcou-lhe a fronte.
_ Amanhã à noite o Príncipe dá um baile, murmurou o Estudante, e a minha amada se encontrará entre os convidados. Se levar uma rosa vermelha, dançará comigo até a madrugada. Somente se lhe levar uma rosa vermelha... Ah... Como queria tê-la em meus braços, sentir-lhe a cabeça no meu ombro e a sua mão presa a minha. Não há rosa vermelha em meu jardim... e ficarei só; ela apenas passará por mim... Passará por mim... e meu coração se despedaçará.
_ Eis um verdadeiro apaixonado... – pensou o Rouxinol. – Do que eu canto, ele sofre. O que é dor para ele é alegria para mim. Grande maravilha, na verdade, é o Amar! Mais precioso que esmeraldas e mais caro que opalas finas. Pérolas e granada não podem comprá-lo, nem se oferece nos mercados. Mercadores não o vendem, nem o conferem em balanças a peso de ouro.
_ Os músicos da galeria – prosseguiu o Estudante – tocarão nos seus instrumentos de corda e, ao som de harpas e violinos, minha amada dançará. Dançará tão leve, tão ágil, que seus pés mal tocarão o assoalho e os cortesãos, com suas roupas de cores vivas, reunir-se-ão em torno dela. Mas comigo não bailará, porque não tenho uma rosa vermelha para dar-lhe... – e atirando-se à relva, ocultou nas mãos o rosto e chorou.
_ Por que está chorando? – perguntou um pequeno lagarto ao passar por ele, correndo, de rabinho levantado.
_ É mesmo! Por que será? – Indagou uma borboleta que perseguia um raio de sol.
_ Por quê? – sussurrou uma linda margarida à sua vizinha.
_ Chora por causa de uma rosa vermelha, - informou o Rouxinol.
_ Por causa de uma rosa vermelha? – exclamaram – Que coisa ridícula! E o lagarto, que era um tanto irônico, riu à vontade.
Mas o Rouxinol compreendeu a angústia do Estudante e, silencioso, no carvalho, pôs-se a meditar sobre o mistério do Amor.
Subitamente, abriu as asas pardas e voou.
Cortou, como uma sombra, a alameda, e como uma sombra, atravessou o jardim.
Ao centro do relvado, erguia-se uma roseira. Ele a viu. Voou para ela e posou num galho.
_ Dá-me uma rosa vermelha – pediu – e eu cantarei para ti a minha mais bela canção!
_ Minhas rosas são brancas; tão brancas quanto a espuma do mar, mais brancas que a neve das montanhas. Procura minha irmã, a que enlaça o velho relógio-de-sol. Talvez te ceda o que desejas.
Então o Rouxinol voou para a roseira, que enlaçava o velho relógio-de-sol.
_ Dá-me uma rosa vermelha – pediu – e eu te cantarei minha canção mais linda.
A roseira sacudiu-se levemente.
_ Minhas rosas são amarelas como as cabelos dourados das donzelas, ainda mais amarelas que o trigo que cobre os campos antes da chegada de quem o vai ceifar. Procura a minha irmã, a que vive sob a janela do Estudante. Talvez ela possa te possa ajudar.
O Rouxinol então, dirigiu o vôo para a roseira que crescia sob a janela do Estudante.
_ Dá-me uma rosa vermelha – pediu - e eu te cantarei a mais linda de minhas canções.
A roseira sacudiu-se levemente.
_ Minhas rosas são vermelhas, tão vermelhas quanto os pés das pombas, mais vermelhas que os grandes leques de coral que oscilam nos abismos profundos do oceano. Contudo, o inverno regelou-me até as veias, a geada queimou-me os botões e a tempestade quebrou-me os galhos. Não darei rosas este ano.
_ Eu só quero uma rosa vermelha, repetiu o Rouxinol, - uma só rosa vermelha. Não haverá meio de obtê-la?
_ Há, respondeu a Roseira, mas é meio tão terrível que não ouso revelar-te.
_ Dize. Não tenho medo.
_ Se queres uma rosa vermelha, explicou a roseira, hás de fazê-la de música, ao luar, tingi-la com o sangue de teu coração. Tens de cantar para mim com o peito junto a um espinho. Cantarás toda a noite para mim e o espinho deve ferir teu coração e teu sangue de vida deve infiltrar-se em minhas veias e tornar-se meu.
_ A morte é um preço exagerado para uma rosa vermelha – exclamou o Rouxinol – e a Vida é preciosa... É tão bom voar, através da mata verde e contemplar o sol em seu esplendor dourado e a lua em seu carro de pérola...O aroma do espinheiro é suave, e suaves são as campânulas ocultas no vale, e as urzes tremulantes na colina. Mas o Amor é melhor que a Vida. E que vale o coração de um pássaro comparado ao coração de um homem?
Abriu as asas pardas para o vôo e ergueu-se no ar. Passou pelo jardim como uma sombra e, como uma sombra, atravessou a alameda.
O Estudante estava deitado na relva, no mesmo ponto em que o deixara, com os lindos olhos inundados de lágrimas.
_ Rejubila-te – gritou-lhe o Rouxinol – Rejubila-te; terás a tua rosa vermelha. Vou fazê-la de música, ao luar. O sangue de meu coração a tingirá. Em conseqüência só te peço que sejas sempre verdadeiro amante, porque o Amor é mais sábio do que a Filosofia; mais poderoso que o poder.. Tem as asas da cor da chama e da cor da chama tem o corpo. Há doçura de mel em seus braços e seu hálito lembra o incenso.
O Estudante ergueu a cabeça e escutou. Nada pode entender, porém, do que dizia o Rouxinol, pois sabia apenas o que está escrito nos livros.
Mas o Carvalho entendeu e ficou melancólico, porque amava muito o pássaro que construíra ninho em seus ramos.
_ Canta-me um derradeiro canto – segredou-lhe – sentir-me-ei tão só depois da tua partida.
Então o Rouxinol cantou para o Carvalho, e sua voz fazia lembrar a água a borbulhar de uma jarra de prata.
Quando o canto finalizou, o Estudante levantou-se, tirando do bolso um caderninho de notas e um lápis.
_ Tem classe, não se pode negar – disse consigo – atravessando a alameda. Mas terá sentimento? Não creio. É igual a maioria dos artistas. Só estilo, sinceridade nenhuma. Incapaz de sacrificar-se por outrem. Só pensa e cantar e bem sabemos quanto a Arte é egoísta. No entanto, é forçoso confessar, possui maravilhosas notas na voz. Que pena não terem significação alguma, nem realizarem nada realmente bom!
Foi para o quarto, deitou-se e, pensando na amada, adormeceu.
Quando a lua refulgia no céu, o Rouxinol voou para a Roseira e apoiou o peito contra o espinho. Cantou a noite inteira e o espinho mais e mais foi se enterrando em seu peito, e o sangue de sua vida lentamente se escoou...
Primeiro descreveu o nascimento do amor no coração de um menino e uma menina; e, no mais alto galho da Roseira, uma flor desabrochou, extraordinária, pétala por pétala, acompanhando um canto e outro canto. Era pálida, a princípio, qual a névoa que esconde o rio, pálida qual os pés da manhã e as asas da alvorada. Como sombra de rosa num espelho de prata, como sombra de rosa em água de lagoa era a rosa que apareceu no mais alto galho da Roseira.
Mas a Roseira pediu ao Rouxinol que se unisse mais ao espinho. – Mais ainda, Rouxinol, - exigiu a Roseira, - senão o dia raia antes que eu acabe a rosa.
O Rouxinol então apertou ainda mais o espinho junto ao peito, e cada vez mais profundo lhe saía o canto porque ele cantava o nascer da paixão na alma do homem e da mulher.
E tênue nuance rosa nacarou as pétalas, igual ao rubor que invade a face do noivo quando beija a noiva nos lábios.
Mas o espinho não lhe alcançava ainda o coração e o coração da flor continuava branco – pois somente o coração de um Rouxinol pode avermelhar o coração de rosa.
_ Mais ainda, Rouxinol, - clamou a Roseira – vao raiar o dia antes que eu finalize a rosa.
E o Rouxinol, desesperado, calcou-se mais forte no espinho, e o espinho lhe feriu o coração, e uma punhalada de dor o traspassou.
Amarga, amarga lhe foi a angústia e cada vez mais fremente foi o canto, porque ele cantava o amor que a morte aperfeiçoa, o amor que não morre nem no túmulo.
E a rosa maravilhosa tornou-se purpurina como a rosa do céu oriental. Suas pétalas ficaram rubras e, vermelho como um rubi, seu coração.
Mas a voz do Rouxinol se foi enfraquecendo, as pequeninas asas começaram a estremecer e uma névoa cobriu-lhe o olhar, o canto tornou-se débil e ele sentiu qualquer coisa apertar-lhe a garganta.
Então, arrancou do peito o derradeiro grito musical.
Ouviu-o a lua branca, esqueceu-se da Aurora e permaneceu no céu.
A rosa vermelha o ouviu, e trêmula de emoção, abriu-se à aragem fria da manhã. Transportou-o o Eco, à sua caverna purpurina, nos montes, despertando os pastores de seus sonhos. E ele levou-os através dos caniços dos rios e eles transmitiram sua mensagem ao mar.
_ Olha! Olha! Exclamou a Roseira. – A rosa está pronta, agora.
Ao meio dia o Estudante abriu a janela e olhou.
_ Que sorte! – disse – Uma rosa vermelha! Nunca vi rosa igual em toda a minha vida. É tão linda que tem certamente um nome complicado em latim. E curvou-se para colhê-la.
Depois, pondo o chapéu, correu à casa do professor.
_ Disseste que dançarias comigo se eu te trouxesse uma rosa vermelha, - lembrou o Estudante. – Aqui tens a rosa mais linda e vermelha de todo o mundo. Hás de usá-la, hoje a noite, sobre ao coração, e quando dançarmos juntos ela te dirá o quanto te amo.
A moça franziu a testa.
_ Esta rosa não combina com o meu vestido, disse. Ademais, o Capitão da Guarda mandou-me jóias verdadeiras, e jóias, todos sabem, custam muito mais do que flores...
_ És muito ingrata! – exclamou o Estudante, zangado. E atirou a rosa a sarjeta, onde a roda de um carro a esmagou.
_ Sou ingrata? E o senhor não passa de um grosseirão. E, afinal de contas, quem és? Um simples estudante... não acredito que tenhas fivelas de prata, nos sapatos, como as tem o Capitão da Guarda... – e a moça levantou-se e entrou em casa.
_ Que coisa imbecil, o Amor! – Resmungou o estudante, afastando-se. – Nem vale a utilidade da Lógica, porque não prova nada, está sempre prometendo o que não cumpre e fazendo acreditar em mentiras. Nada tem de prático e como neste século o que vale é a prática, volto à Filosofia e vou estudar metafísica.
Retornou ao quarto, tirou da estante um livro empoeirado e pôs-se a ler...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CONCENTRAÇÃO

Sinto que estou carregado negativamente por forças que estão me consumindo nos últimos dias. Preciso reencontrar um modo de emanar positividade para, assim, recuperar de novo minha alegria perdida nos últimos tempos em que venho passando por isso. A palavra do momento é "CONCENTRAÇÃO".. Preciso me afundar de cabeça em algo bom, que seja construtivo e que resulte em algum efeito. Não sei direito o que vai ser, nem mesmo se vou conseguir. Mas talvez seja um bom começo para mudar esse quadro na parede um tanto lamentável que carrega consigo meu rosto totalmente pintado e cheio de marcas. RR