segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Auto Análise

Não quero me incomodar, mas me incomodo...
Atravesso meus incômodos como se fossem paredes
e eu não fosse um espírito, logo, bato de cara
me quebro todo e fico resmungando coisas
Juntando meus dentes no chão, os reponho no lugar
no desenho animado da minha vida busco por ânimo
Pular do precipício, cair e não morrer é um sonho realizado
Ao longo desses anos, ao todo clima de todas as estações
Sobrevivo a mais um verão, me devolvo à cela da minha prisão
Eu a quis e sentenciei minha sentença
E isso às vezes é bom por incrível que pareça
Sei que daqui pra frente não será do mesmo jeito

nem quero que seja
não posso deixar ser
preciso me tranquilizar

Sei que há inúmeras possibilidades
Sei também que faço coisas que não deveria
Talvez eu reaprenda com o tempo
a não esperar nada de ninguém
Esperança é algo delicado de lidar
Sintomas são só sintomas e não o decreto do vírus

Sigo me debatendo na camisa de força
Ouço as vozes na minha cabeça
e elas não calam, não cessam
Diante minha teimosia em não aceitar
Eu faço forças para tentar mudar
Tento me distrair com minhas obrigações
E ainda sustentando que quero delas livrar-me
Mas o que seria hoje de mim se não houvessem afazeres?

O pensamento é o bem mais valioso do ser humano
Ninguém lhe moldará, lhe enxergará
É o que de mais particular há
Ainda morro disso, overdose de idéias misturadas
Estou cheio de repetições saturadas
mas sei que daqui pra frente não será do mesmo jeito

Nem quero que seja
Não posso deixar ser
Preciso me tranquilizar

PRECISO ME TRANQUILIZAAAAAAAAAAAAR!!!!!!!!!!! RR

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Libido

Eis uma estrada sinuosa, um labirinto escondido onde todo mundo quer chegar
Eis um lugar úmido, cobiçado por muitos,
alcançado apenas pelos mais audaciosos
Existe nos arredores povoados de sentimentos atrapalhadores da boa convivência
Quem se acostuma em viver em guerra não fica bem em paz sem ela
ciclo viciante, dance comigo, colada no meu corpo, roçando seu quadril no meu
Meus passos andam firmes por ai, mesmo quando confuso, sou apenas certeza
Eu não tenho balas no meu tambor,
mas ameaço a todos com minha arma apontada
Meu cérebro me diz coisas que eu tenho que fazer,
mas nem a ele eu to afim de respeitar
Nessa vida eu ainda não aprendi a rezar,
meus joelhos no chão sempre tiveram outra finalidade
Eu gosto de jogar, transportador de apostas perigosas,
sigo assim o meu caminho

A lua se exibe exuberante lá no céu
ganha meu olhar contemplativo
Ela me trás à tona tudo que quero junto a mim
Minha felicidade desafiadora é meio assim

Eis eu de novo suspirando aqui sozinho,
sem entender muito bem o mapa do meu destino
Eu traço um plano brilhante,
massacrado pelas respostas obtidas do nada, do imediato
Viajo em distração,
imagino o gosto salgadinho dos lábios em meio às suas pernas
Onde minha língua sonha em penetrar, atiçando os seus pontos mais fracos
Onde a vejo contorcer-se e morder de leve a boca,
segurando-me pelo braço, coisa louca
Vem até mim com aquele olhar,
nua de pensamentos, nua de roupa e cheia de tesão
Eu to fixado e completamente perdido em meio a essa situação,
vou inteiro, mas primeiro quero um ambiente adequado,
Com grandes janelas iluminadas à meia luz do luar
Eu gosto quando a noite não tem fim,
pra que eu possa penetrar sem pudor, com amor

Passo pelo pescoço, beijo a nuca fazendo arrepiar, não quero parar
não respeito seus apelos quando puxo dos cabelos
Eu estou completamente excitado, molhado, pronto
Passo sua mão em mim, depois morde meus dedos
Passeio com minha língua em seu corpo, aliso seu rosto
Depois que sinto seu gostinho alimentando meu desejo
Já me deixando ensandecido, pulsando lá na sua garganta
coloco apenas a pontinha do que eu tenho pra dar
Eu estou completamente enlouquecido com essa forma de amar
Gemidos espremidos, intensidades moderadas, limites destruidos
Entro completamente, tapas estralados, davagar até o fundo

Gostamos que assim seja o nosso mundo
somos livres, somos dois, somos tudo o que queremos ter
Primeiro de leve, depois bem forte
Pensando bem, somos dois seres de sorte
Já entreguei meu coração, vamos mudar de posição
Desse jeito assim, deixa eu colocar aqui também
Vou aos pouquinhos, tá bem apertadinho
_Olha pra mim! Olha nos meus olhos!
_Isso, bem assim!!! Assim mesmo!!!

De todos os lugares que cheguei, já sei pra onde vou
Tá com a língua à minha espera, me pede que eu te dou
Fica olhando e sussurrando que quer agora, tá boa essa história
Sejamos entregues às nossas luxúrias
Não precisamos estar nem ai pra nada
A não ser por viver e sermos felizes
Agora sim!!! Meu jardim colorido de flores
de todos os tipos, de todas as cores
Grita!!! Grita pra mim o que sente
Vive em minha mente, vai,
nada nos impede, você ainda me pede
Quer que eu te dê e eu já não to conseguindo segurar
Mas isso é uma arte, me encara enquanto bate
Você é o lugar que quero estar, o planeta que quero viver
Prepare seu libido, pois já vai acontecer...

...
...
...
...

Aconteceu!!! RR

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dia seguinte

Hoje é o dia seguinte, agora é de manhã e minha cabeça dói. Estou ainda um pouco tonto. Caminhei pelas ruas tentando lembrar o que eu havia escrito aqui ontem, apenas coisas embaralhadas povoavam minha mente. Mas eu sabia do que se tratava. O foco não tinha sido perdido.
Minha vida tá bem bagunçada. Quanto mais eu corro pra pôr as coisas em ordem, mais coisas desorganizadas me aparecem. Na verdade, tá um caos.
Me restam duas grandes metas a quais quero cumprir. E depois quero sumir. Pretendo deixar pra trás a pequena cidade onde moro e ganhar o mundo. Se tiver alguém ao meu lado pra isso, ótimo. Senão, foda-se. Desde sempre tenho em minha cabeça que não nasci pra sofrer, pra me preocupar, pra viver uma vida restrita ao trabalho e obrigaçoes cotidianas. Mas para se obter coisas materiais, é preciso trabalhar. É o ponto onde estou e é os caprichos a quais estou me submetendo. Depois de cumpridos esses tais caprichos, que são difíceis e exigem tempo e desgaste mental, eu quero me libertar.
Talvez eu vire um rippie ou saia à toa por ai, sem ter lugar certo pra ficar, nem destino de amanhã. Talvez eu me junte a um grupo de estranhos e saia por ai bebendo tudo, fumando tudo e rindo de tudo, sem ter a mínima preocupação com nada. Talvez, talvez, talvez e talvez. Não gosto de viver de "talvez". Gosto de viver de certezas exatas, de momentos pelos quais decido algo e vou imediatamente em busca disso. Mas para esse plano é diferente. Primeiro preciso cumprir essas etapas por aqui e elas estão desgastantes.

Minha cabeça ainda dói. Noto que estou sem paciência hoje. As pessoas falam comigo e eu não consigo dar atenção. Estou perdido em pensamentos. (suspiro) Sinto que o dia vai passar lento hoje. Não gosto quando há coisas inacabadas entre duas pessoas. Não gosto de complicar nada de propósito e eu sou exatamente o que falo que sou. Não escondo o que sinto e não to nem aí pra o que vão pensar os outros. Acontece que certas coisas te matam no cansaço. Há um misto de prazer e angústia que não sei se é compensador ou não. De tarde tudo está bem, à noite tudo muda. Não sei se sei lidar com isso, pelo jeito não.

Sempre sustentei que felicidade vai e vem. Mas jogá-la nas costas de outra pessoa é um peso grande demais. Não quero fazer isso. Não quero seguir esse rumo. Prefiro pensar que felicidade depende de cada um, das escolhas feitas e do modo como se vê a vida e encara as coisas. É muito legal amar, ter alguém ao seu lado para dar e receber carinho. É demais. Porém precisa-se de cumplicidade. Muita. Precisa de confiança, precisa-se "querer bem"! Quem quer bem não fere nem machuca, não te diz palavras duras sem motivo e nem pisa em você por qualquer razão absurda e ainda por cima não explica. Quem quer bem apenas te faz o bem. Te passa tranquilidade e equilíbrio, mostra-se presente e te dá segurança de ter alguém pra contar.

Não sei onde vou parar com esse papo. São apenas coisas que estão se passando pela minha mente. Portanto vou encerrar por aqui...pois hoje ainda é o dia seguinte, agora ainda é de manhã e minha cabeça ainda dói... RR

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Fora...

Quero sair daqui. To deprimido. Tô bêbado. Tô fora de mim. Sabe, quais são as coisas que mais importam pra mim? É a pessoa a quem eu amo, é os objetivos que tenho na minha vida, e que vou cumpri-los. É tudo que eu acho que me faz bem; eu sempre achei que o amor...o AMOR, era algo que só nos fizesse bem. Mas olhe só para mim! Amo de verdade uma pessoa. Hoje ela discutiu comigo sem que eu tivesse feito nada pra ela. Vou dormir triste, sim. Pois não sei ao certo o que se passa. Queria eu ser durão a ponto de não ta nem aí pra nada do que me diz. Queria tá indiferente às suas opiniões. Mas acontece que eu me importo de verdade. Não faço nada de errado pra que haja motivo pra brigar comigo e me fazer mal nesse momento. Então... RR

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Coma

Quando o vi de dentro do espelho me surpreendi com tamanha falta de cuidado, estava largado, estava diferente...parecia ter vindo de um pesadelo...

Decidi ficar apenas olhando em vez de me aproximar. Acho que minha ausência durante esse tempo todo acabou causando danos demais, não pensei que seria assim. Tantas mudanças, tantas formas pelas quais os transformou. Vejo dor. Pitadas de sangue nos seus pulsos me revelam que algo de muito ruim aconteceu. Porque será ou por quem será que ele foi levado a esse ponto? Ele treme inteiro sem perceber. Seus dentes batem como se estivesse morrendo de frio em pleno inverno mais rigoroso. Eu devia ter voltado antes. Não há som, não há distração. Vejo sintoma de obssessão, pelas fotos, pelas frases escritas nas paredes. Talvez o tempo se encarregou disso tudo. É um quarto fechado com pouquíssima luz. Ele está no canto da cama. Braços cruzados e olhar fixo no nada. Veste calça, um coturno militar longo e nada mais. Tem correntes no pescoço e arranhões nos braços. Acho que lá fora faz calor, mas no seu rosto existe uma ameaça de chuva. Depois de um tempo a luz do luar atinge a única janela. O lugar se ilumina um pouco mais. Passa-se 20 minutos, 30, 40.

Enfim, se levanta e começa a andar pelo quarto, devagar, esfregando as mãos com dificuldades. Só ha uma cama e uma pequena estante. Nada que venha lá de fora parece lhe tirar do foco em que se submeteu a manter pensamentos perdidos dentro de si, nos quais ele procura se concentrar. Quase não pisca. Senta-se de novo, fita a porta, exita por alguns instantes, mas em seguida levanta-se. Coloca uma camiseta branca, que tem a imagem de Cristo desenhada. Pregado e manchado de sangue. Vai em direção à porta e percebe que está trancada... Afasta-se dois passos... e como que expondo toda raiva possível contida em si, derruba com um único chute a porta de madeira... Parece determinado...

Eu o sigo de perto. Anda depressa pela rua de pouca luz... Vejo quando entra num boteco qualquer, consigo ouvir um pouco da conversa enquanto o vejo apontar para uma garrafa de whisky "Me dá aquela porra ali!" O atendente se vê surpreso e aparentemente fica sem fala. Passam-se dois segundos e ouve-se barulho de coisas quebrando. Um grito. Intantes depois lá está ele saindo do local com a garrafa na mão direita. Dobra na esquina e distancia-se. No bar ficaram alguns danos e uma cabeça inchada.

Não sei direito o que se passa nem do que precisa. Ainda estou assustado com tudo isso. Existe um táxi em frente a um hotel. Ele entra. O taxista reluta um pouco, mas segue o trajeto ordenado. O bafo de whisky toma conta do carro em poucas palavras ditas... no banco de trás ele morde os próprios dedos... olha para o escuro da janela. Eu vou ao seu lado o tempo inteiro. Silêncio toma conta do percurso. Até que param em frente a uma festa. Ele tira alguns trocados do bolso e paga a corrida. As pessoas o olham de forma estranha. Colocou a garrafa numa lixeira e se dirigiu até a entrada da festa. Pegou a comanda e entrou.

Era uma festa que tocava música eletrônica. Casa cheia. Pessoas dançando, se drogando, se esfregando. Ao fundo do local havia um sofá onde uma menina chupava um cara. Enquanto dois bobalhões babavam olhando a cena. Ja era quase final de madrugada. Devia beirar as 4h. Uma menina de cabelos longos, argolas, unhas vermelhas e usando vestido preto e salto alto dançava em meio a alguns amigos. Ele se aproximou e disse algo em seu ouvido. Em seguida puxou-a do braço. E saiu com ela dali.

Nesse momento algo aconteceu e eu o perdi... agora ta tudo esquisito, ouço uma mistura de sons, um cheiro de esgoto. Barulhos que eu não sei decifrar. Não enxergo com nitidez. Pareço estar subindo... sensação estranha. Como se flutuasse e as coisas fossem ficando lá embaixo. Tinha um espelho no qual eu olhei e não me vi. Lembro de ter bebido um pouco, mas não tanto a ponto de estar nesse estado. Vozes ao fundo. Parece uma agitação de pessoas. As paredes são brancas. Cortinas brancas. Lençóis brancos. Vejo tudo de cima. Deitado na cama ha um corpo todo coberto. Totalmente imóvel. Apesar de ouvir muitas vozes não vejo ninguém ao redor. Cenas da minha infância me vêm à tona. Lembro dos aniversários, lembro das brincadeiras no fim da tarde, lembro da minha mãe me pondo pra dormir e me desejando uma boa noite, lembro dela me ensinando a ler. Tá tudo estranho. Lembro de fotos. Lembro de fatos. Meu avô aparece me olhando. Sorrindo...sorrindo..sorrindo...sorrindo...

Onde estou? O que há de errado? Ajude-me!!! Alguém!!! Ajude-meeeeeeeeeeeeeeeee!!!! Caralhooooooooooooooooo!!! Fecho os olhos...fico tonto, acho que vou apagar... Volto a tentar observar... Agora consigo vê-lo novamente...

Está com a menina, num lugar um tanto escondido. Quase posso sentir o perfume dela no meu nariz... perfume doce... Primeiro ele à puxa do cabelo... alisa seu rosto e beija sua boca.. com as mãos em suas pernas entra no pequeno vestidinho preto. Ela o segura. Ele lhe dá uma bofetada. Ela gosta e os dois se esfregam. Corpo a corpo e a coisa começa a esquentar. Ele beija seus peitinhos que estão saltados. Ela aperta com força a sua nuca. Beijos no pescoço, ele a vira de costas contra a parede e levanta seu vestido, ela resiste mas ele à força. Tira o pau pra fora e começa a roçar nela que já está toda molhada... A beija toda, num misto de força e intensidade. Ela está derretida e ele mete, mete, mete e mete. Ela geme alto. E ele a pega forte. Agora ela vira e o chupa. Chupa bastante. O encara nos olhos. Quando ele à levanta pelos braços, depois com as mãos por sob a coxa à coloca em seu colo e mete mais um pouco. Os raios de sol começam a aparecer timidamente. Ela fecha os olhos. Morde os lábios. A cena dura mais um tempo, até que...

Um cara se aproxima, olhos vermelhos, espumando raiva. Surpreende os dois e agora eu começo a entender. Ele veste a calça e se afasta com dois passos para trás. Tudo é muito rápido. A menina que gemia de prazer agora grita de desespero. Sem ter pra onde correr implora para que não haja discussão. Mas ai já era. Socos e chutes para todos os lados. Os dois se agarram e começam a briga. Reconheço a lixeira que ele havia posto a garrafa vazia de whisky... acho que sei sua idéia...lógico que sei. Os dois rolam. Vejo sangue. A moça não sabe o que faz e fica paralisada. A batalha se estende até que ele consegue levantar. Corre até a lixeira. Não há ninguém na rua exceto um mendigo imundo enrolado em jornais. Pega a garrafa e parte pra cima. Muito sangue. Cortes. O enfrentamento segue..agora um...

Apagão geral em minha mente...volto onde eu tava... a cena agora ganhou mais gente... estão todos em volta daquele corpo estirado na cama. Por que diabos eu tenho que estar aqui? Me sinto como se estivesse numa nave espacial, não que algum dia tenha estado numa, mas como imagino, é exatamente como eu sinto...leve, quase que sem gravidade. A todo momento imagens de familiares... sinto tirões no meu peito... como se saltasse, se alguém me empurrase pelas costas. Meu pulso está estranho..semelhante ao dele! Fico tonto novamente. Há uma proteção de vidro. Vejo pessoas observando no lado de lá. Tem uma garota linda que não para de chorar. Pessoas das quais não sei quem são também assistem a tudo. Parecem apreensivas. Atrás alguém. Sinto uma mão em meu ombro. Tremo da cabeça aos pés e inexplicavelmente não consigo olhar... Ouço uma voz ao fundo me chamar... "Vem, é chegada a hora...vem...é chegada a hora!" Tenta me puxar mas eu não quero ir... outro tirão... cada vez mais forte, parece que vou cair... fecho os olhos e quase me desligo... abro novamente e vozes não param de falar...

Abro bem os olhos e vejo um lugar com muita neblina, muitaa... Pouca claridade... Toda aquela cena fora deixada para trás... Tento ver através da fumaça e lá está...no chão o corpo da menina que trepava. Nenhum rastro do cara que os surpeendeu. Enquanto ele estava ali...não acreditando no que via...caminhava de costas com a garrafa quebrada nas mãos rumo à saída...havia trilhos de trem, era um barulho que quase não se ouvia, e que foi aos poucos tornando-se infernal, era uma luz fraca por entre a neblina...ele está em cima dos trilhos..parado...estático, olhando a menina morta, quando a luz ganha força e.......................

Outro back forte em meu peito, outro tirão daqueles, uma luz muito forte... olho pro lado, uma janela ha alguns metros, um rosto começa aos poucos a ficar nítido...sim, era meu avô novamente...sorrindo, sorrindo, sorrindo, sorrindo. Finalmente eu tomo coragem e olho para trás e não há ninguém... olho novamente para ele e leio em seus lábios... "Volte, filho, ainda não é a hora"... Quando um back muito forte vem de encontro a mim...momento em que acordo enfim...

Minha cama revirada, meu lençol encharcado. Me levanto...

Quando olhei no espelho me surpreendi com tamanha falta de cuidado, estava largado, estava diferente, parecia ter vindo de um pesadelo....RR

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Perturbar

Ontem Deus me colocou no seu caminho...
Estava perdido na sua cidade
E vou te perturbar, vou te pertubar

O Diabo fala claro que é pra você me amar
Eu espero sentado em algum banco da cidade
E Vou te perturbar, vou te perturbar

E não venha reclamar
depois de tantos anos
ainda estamos juntos
e eu estou disposto a continuar

Passe os meses
passe os dias
preciso de você
preciso de você

Toda essa gente estranha à minha volta
Preciso relevar meu tesão,
Com uma garrafa de whisky escondida
Eu vou recomeçar a ler para você
Aquela poesia que escrevi de madrugada
E essa vida que eu levo meio errada

Todavia eu sigo adiante
é complicado estar sozinho
ao mesmo tempo em que se tem alguém
E eu vou questionar para quem?


Enquanto não chega a hora
eu queria que fosse agora
vai chegar por trás do rio
vou estar como um cão no cio
e quero ir pra um lugar
onde eu possa te tocar

Suba, suma rumo ao sol
Veja, seja quem me tem
E me faça sonhar acordado
eu vou estar no seu lado

Pois ontem Deus te colocou no meu caminho
Estavas sozinha na tua cidade
E vem me perturbar, vem me perturbar

O Diabo insiste que é pra eu te amar
Você me espera em qualquer canto da cidade
E vem me perturbar, vem me perturbar... RR

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Saudosismo...

Agora são 02h39min... madrugada animada para mim, que estou podendo colocar algumas pequenas coisas nos eixos. Vivo um momento atordoado em que tudo resolve estragar ao mesmo tempo. E uma coisa consertada já é um pouco de alívio que sinto. Vivo num turbilhão tão freqüente que quando a tranquilidade enfim reinar, acho que serei capaz de estranhá-la.

Hoje eu gostaria de falar sobre saudosismo. Tive conversas legais sobre isso e gostaria de colocar aqui. Mas não sei se o sono não vai me dominar...Bom vamos ver...em todo o caso se eu não conseguir...fica desde já a Frase do dia registrada:::

Jamais se distancie de seus familiares, além de serem sempre seu porto, um dia não estarão mais à sua disposição, pois o tempo age!!! RR"


No caminho do trabalho para casa, depois de um dia bem cheinho de atribulações, me deparava com pensamentos referentes ao tempo e em como ele passa rápido. Vi alguns moleques de 17, 18 anos. E percebi que faz pouco tempo que eu estava nessa fase. Eles atiravam pedras um no outro, mantendo uma distância considerável onde, em dado momento, acabou sendo meu caminho, atrapalhando assim, a guerrinha amistosa que era só uma brincadeira. Lembro que eu cansei de fazer isso. Também gostava de me reunir com a galera a noitinha e ficar jogando pedras nos postes de luz, pra ver quem acertava a lâmpada. Raras vezes conseguíamos. Hoje vejo como éramos péssimos de mira. As idiotisses e as gargalhadas por pouca coisa. Os cotentamentos com simplicidades imensas. O sonhar com o mundo lá fora, com cidades e paisagens, com a aventura inesquecível, com o amor impossível. E o tempo se encarrega de nos fazer escrever nossa história, seguindo ou não os sonhos e objetivos da adolescência. Às vezes sei que me comporto como criança e sou chamado constantemente de infantil por pessoas que convivem comigo. E sempre sustentei que isso não me incomoda. A gente cresce, sim, mas a mente não precisa envelhecer. Quando criança sempre achava a vida adulta um saco. E sempre dizia que eu seria diferente. Hoje olho pra mim e não sei responder se alcancei esse objetivo. Acho que provavelmente não, pois nesse caso não haveria dúvida. Nos domingos a rua principal da cidade é tomada por crianças idiotas que eu sinceramente acho que deveriam estar nas suas casas dormindo. A liberdade hoje em dia é vasta demais. Não sei até onde isso é bom. Enfim, seguia eu o meu trajeto rumo ao lar, quando passei pela frente da casa da minha avó, a qual estava sentada com uma tia minha na varanda. Passei e cumprimentei com um aceno. Alguns passos depois e eu me questiono "Por que um aceno ao invés de um beijo e um abraço apertado?". Voltei...

Dados os beijos e abraços, me sentei um pouco e começamos a papear, vó, tia Nira e eu. Elas costumam sempre falar em acidentes e tragédias, e se eu deixasse a conversa fluir sem intervir, seria por esse rumo. Mas o assunto foi ficando bom à medida que comentei sobre meus pensamentos recentes na caminhada que fizera eu até ali. E ai a gente falou sobre como as coisas são e como eram. Falamos sobre educação, filhos, irresponsabilidades. Viajamos no tempo e nos encontramos em nossas fases de adolescência, infância. "Parece que foi ontem", dizia tia Nira.

Pois é, sempre é essa a impressão. Como parece que foi ontem que eu tinha 18 e atirava pedras nos postes, atravessava o cemitério de madrugada com meus amigos, apenas para provar da sensação de estar ali dentro num horário tão impróprio e suspeito. Das caminhadas de 6 km até a praia, regadas à música, bebidas, bate papos e muita risada. Chegáva-mos lá e íamos para a casinha dos salva-vidas. Fazíamos um lanche com bolachinhas enquanto tomávamos fôlego para o caminho de volta. Quanto assunto debatido.

Tia Nira lembrava das brincadeiras do tempo dela, em que morava no interior. Dos caminhõezinhos feitos de areia. Da falta de coragem em pedir ao Vô que a deixasse ir ao baile, que acontecia uma vez por mês. Do nada a fazer, e ao mesmo tempo da diversão de coisas simples que ela e os irmãos inventavam. Da inocência das crianças que naquela época brincavam entre meninos e meninas, sem que houvesse maldade nas cabeças, como são as mentes poluídas de hoje em dia. "Como era bom!", dizia tia Nira.

Minha Vó se recordava das pernas enfiadas na areia, como se fosse um feitio de forno. Até que tapasse tudo e ficasse bem quente. De como era dificil aquele tempo, pelas dificuldades de acesso à cidade, pelo lugar distante que era e que não oferecia muita coisa. Lembrou da falta de diálogo que existia entre pais e filhos, mas que havia um respeito enorme, onde um olhar dizia tudo.

E assim a gente foi e voltou até os dias de hoje, onde crianças de 12, 13 anos estão fazendo filhos. Meninas que não sabem nem limpar a própria bunda tendo que trocar fralda de filho. Moleques sem um grão de cérebro que dão uma, engravidam e menina e não estão nem ai. Chegou-se a conclusão de que é muito mais difícil educar hoje, na era das coisas fáceis e rápidas, do que naquele tempo de coisas difíceis e lentas. Com pais cada vez mais jovens, pouco sabem da vida para educar os seus filhos. Buscamos as respostas de porque se chegou a esse ponto. Por quê tantas facilidades acabaram por dificultar e piorar tudo? Será que naquele tempo a falta de televisão, de internet, de joguinhos virtuais, de tanta informação não era uma ponte segura na qual se atravessava com mais tranquilidade? Parece que as pessoas não sabem lidar com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Fica tudo bagunçado.

Depois a gente desvirtuou para outros assuntos e outras prosas. Mas valeu. É sempre bom estar junto às nossos avós, tias e tios. São nosso sangue, nossos laços, nossa história. Na história de tantos saudosismos... acho que da pra terminar novamente com aquela frase lá de cima, né...já que o relógio já marca 03h37min e eu preciso dormir...

"Jamais se distancie de seus familiares, além de serem sempre seu porto, um dia não estarão mais à sua disposição, pois o tempo age!!! RR"

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Filme para minha "calma perdida"...

Domingo à noite...eu em processo de transferência de energia, quase uma transformação de negativismo em neutralidade. Sei que é sem razão coerente, mas se é o que sinto, o quê posso fazer? Me irrita aquilo que não consigo entender, me irrita uma coisa existente na cabeça das pessoas chamada TEIMOSIA. E me revolta a ausência proposital, me corrói de verdade quando é por alguém que eu me importo. Estou ha alguns dias sem postar nada aqui e não gostaria de voltar falando justamente sobre esse tipo de coisa. Quero um fim definitivo de alguns acontecimentos recorrentes, e um histórico do que escrevo aqui é uma prova que isso realmente ocorre.. E preciso buscá-lo. Me vejo repetitivo e sinto minha personalidade abalada.




Ah, e outra coisa, eu soube de pessoas que leram esse blog, coisa que eu achei que nem existisse, e que vieram a me criticar por coisas que eu disse aqui, por exposições que eu fiz e por coisas QUE EU ACREDITO! Pessoas próximas. Em muito breve vou mandar um recado pra elas.


Enquanto isso, pra tentar driblar essas pequenas ... como posso dizer, intervenções à minha calma perdida, decidi assitir ao Tropa de Elite 2.

Ele me remeteu ao que eu já tinha algum conhecimento, mas serviu pra reforçar pontos de vista. É lamentável chegar à essa conclusão, mas o Brasil é praticamente um caso perdido. Realmente fica a pergunta: "Quem alimenta tudo isso?" E é complicado achar a resposta. Vivemos num "salve-se quem puder", "um por si e Deus por todos", ou seria "contra todos"?Brincadeirinha só para aqueles leitores referidos acima balançarem a cabeça mais uma vez. O fato é que parece um buraco sem fim, política, corrupção, sujeira. E isso infelizmente é o reflexo do povo, de você, de mim e de todos os brasileiros. Será que isso um dia vai acabar, ao menos antes do fim do mundo? (não que eu acredite nele...) RR





Vários anos depois dos acontecimentos do filme original, o agora coronel Nascimento tem um filho adolescente, fruto do casamento com Rosane, sua ex-esposa, que está casada com um deputado. Quando milícias formadas por PMs começam a extorquir moradores das favelas do Rio, constituindo uma máfia implacável, Nascimento se vê diante de um adversário com o qual não sabe lidar.











sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

nota explicativa

Estou com meu acesso à internet muito restrito nos últimos dias... por isso o motivo da minha ausência desse espaço, em breve espero ter essa situação resolvida... RR