quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Metade Amor, Metade Veneno

Venha como você é

Sem máscaras, sem vergonha

Sem se desmentir


Não precisa me explicar

Não precisa se indispor

Eu sou um insinuador


Vou fazer bem a você

Embora seja só por enquanto


Meu coração é metade amor

E é metade veneno


Venha até mim

E fique despida de medos

Seja insana e romântica ao mesmo tempo


Não pense que vou rir de você

Quando me mostrar suas vontades escondidas

Aquelas que ninguém nunca soube

Aquelas que você achou que nem realizaria


Eu posso te dar amor

Posso elevar muito você

Embora seja só por enquanto


Meu coração é metade amor

E é metade veneno


Tudo que quiser vai realmente acontecer

E vai valer muito à pena pra você

Embora seja só por enquanto...


Cante pra mim

Suas canções favoritas

Dance à meia luz

Durma nos meus braços

Mas não se iluda comigo

Sou um insinuador


Meu coração é metade amor

E é metade veneno


Sempre será! RR

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Carnívoro

Hoje é um dia tão perfeito

Para sair e esclarecer

O que está obscuro

Eu tento ser claro, mas não tem dado muito certo


Tenho amigos e sinto-me bem

Acho que vou mudar alguma coisa

Minha rotina está me cansando

E sinto que algo vai errado


Tenho estado tão sozinho

Pensei em rever álbuns velhos

De fotos felizes

Para me iludir um pouco mais


Como num copo sujo

Cheio de água benta

No qual eu bebo e vomito

No qual eu não acredito


Grito

Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeey

Venha agora me buscar

Grito

Heeeeeeeeeeeeeeeeeey

Mas ninguém me ouve aqui


Hoje é um dia tão legal

E seu corpo é bem saboroso

Te amo, mas sou um carnívoro

Ando meio impiedoso


Vou te derreter no fogo

Começar pela sua boca

Acender umas velas

Deveria ser romântico

Mas deixou de ser algo a dois

Quando seu coração parou de bater


Estou com garfos e facas

Meu guardanapo sujo de sangue

Eu gostava do seu olhar

Mas ele está parado demais

Acho que vou começar por aqui


Ultimamente as coisas têm sido estranhas

Eu não tenho muita vontade de acordar

Eu estou suprimindo meu desejo de voltar

Pra uma realidade ridícula em que humanos se matam

E se auto denominam filhos de Deus

Eu sigo com fome e devo abrir a alma

Pra coisas não muito benevolentes

Podia ser um sorvete, mas prefiro seus ossos


Grito

Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeey

Venha agora me buscar

Grito

Heeeeeeeeeeeeeeeeeeey

Mas ninguém me ouve aqui


Está tudo bem

Estou apenas me alimentando...

Pena que não podes mais me ouvir


Está bem saboroso.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A Lâmpada Mágica

Eu não me lembro de tudo que aconteceu aquela noite, mas lembro que, naquele momento, se eu tivesse uma lâmpada mágica e um pedido: Fecharia os olhos e teria você ali comigo!


Tinha que ter a sorte de achar aquela lâmpada mágica...


Estaria linda, simples e objetiva. Seus olhos brilhariam com ares de liberdade e novidade. Eu estaria deslumbrado. Depois de
tanto tempo, finalmente tinha conseguido fazer você estar ali. Vestiria mini saia jeans e uma blusa rasgada dos Ramones, conforme eu tinha sugerido antes. A gente foi pra um festival de rock que rola numa praia. Eram bandas do sul que ela pouco conhecia. Mas se apaixonou pela maioria delas.


Foi divertido e por vários instantes parecia que não havia mais ninguém à nossa volta. Quando os olhares se encontravam, era
a certeza de que estávamos prestes a viver momentos que ficariam pra sempre.


Quando saímos do evento, já era quase cinco horas da madruga e a gente foi pra beira do mar. A noite estava perfeita e ela mais ainda. Abracei-a por trás, ficamos por uns minutos com ares de contemplação total do visual à nossa frente. Então soprei sua orelha bem de leve enquanto colocava a mão na sua nuca, sentindo-a arrepiar. Era o ponto fraco dela.


Havia um bando de pessoas fazendo um lual ao longe, nós estávamos num ponto um tanto escuro, não por completo devido ao brilho da lua que, timidamente, começava a entrar na fase cheia.

Ela se virou e me olhou bem, disse que há alguns dias tinha sonhado comigo, mas não lembrava direito, apenas sabia que tinha gostado. Eu tinha a certeza de que nada daquilo era em vão. E que o destino não erra sua escrita. Num ponto único, nada mais no mundo interessava naquele momento, a não ser estarmos ali juntos.


Beijamos-nos ardentemente, minha língua percorria a parte detrás dos seus dentes. O som do nosso fôlego se esvaindo se
misturava ao som das ondas do mar. Segurei forte seu quadril enquanto ela passava a mão por debaixo da minha camiseta, me arranhando com suas unhas pintadas de preto. Depois ela sussurrou no meu ouvido que jamais tinha vivido algo assim antes.


Por debaixo da sua saia toquei sua calcinha... Passeei por suas coxas enquanto me derretia em seu pescoço. Ela me segurava
com força, enquanto lambia minha orelha de uma forma enlouquecedora. Eu já estava sem camiseta, enquanto ela descia sua boca. Tirou meu cinto recheado de caveiras, jogando-o pra longe. Abriu minha calça enquanto eu já tava a ponto de explodir de tesão. Eu tirei a blusa dela enquanto simultaneamente ela tirava minha calça.


A perfeição da noite brindava nosso desejo. Tudo que eu queria era que aquilo durasse o maior tempo possível para que eu aproveitasse cada segundo. Ela dizia que a gente era maluco pelo que estávamos fazendo. Eu dizia que a gente era feliz, isso sim. Nós concordamos que éramos os malucos mais felizes do mundo naquela situação. A galera do lual cantava alto músicas da Legião Urbana, Capital Inicial, Cidade negra, e isso é o pouco que eu lembro. Recordo-me que uma das canções foi “Me Lambe”, dos Raimundos, no exato momento em que deitei por cima dela na areia dura da praia. Beijei seus seios como se fossem a coisa mais delicada que eu já tinha visto, vi que ela estava com os olhos fechados enquanto espremia gemidos. Então pedi para que ela me olhasse. Já sem saia, percebi que nossos corpos tinham o encaixe perfeito. Eu a pressionava como se já estivesse dentro dela, enquanto passava os dedos na sua boca. Então baixei , passando pela barriga e chegando até sua bucetinha que estava molhada de desejo, com sede da minha língua e não tinha como resistir. Ela puxou meu cabelo, me fazendo olhar pra ela,
e disse: “_Eu te adoro, seu desgraçado!” Eu sorri num misto de sinceridade, felicidade e devassidão total.


Então a chupei como se o mundo estivesse prestes a acabar. Ela se contorcia e seu gostinho era demais. Beijei suas pernas
enquanto percebia que ela sorria... Eu não tava agüentando mais, era inevitável... então meti devagar enquanto a beijava. Moderava força e delicadeza enquanto ela gemia de prazer insano. Depois ela se virou... falou baixinho em meu ouvido: “_Quer que eu fique de quatro?” Respondi: “Quero muito!” Comi gostoso enquanto ela dizia pra eu meter com mais força.


Eu dizia: _Diz pra mim o que tu quer...!



_Me fode todinha, vai! – Ela tava me enlouquecendo.


Os primeiros raiares de sol começavam a dar sinais de vida e a gente tava em delírio total, êxtase surreal. O povo do lual já tinha até sumido.


_Goza pra mim, goza gostoso, goza! – Ela me dizia...


E aconteceu... Ficamos deitados na praia até pegar no sono.


Enfim, eu não me lembro de tudo que aconteceu naquela noite, mas
lembro que tive a maior sorte em achar aquela lâmpada mágica! RR

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Maldita Música

Crises de existências ocorrem todos os dias
Vasos voam e quebram, barulhos não me ferem
Eu disse que ninguém sabia nada sobre mim
Droga... por que fomos dançar aquela maldita música?


Agora não consigo mais parar
Você chama a atenção com seu trazeiro
Ganha aquele que chegar primeiro
Perde a noção, já não tem sentido
Seu coração triste, vida em perigo


Eu brinquei com árvores imaginárias
Flutuei na água suja que não me movia
Eu bebia meu próprio sangue, você sabia?
Ah, eu sei bem do que você gosta, né
Por que não me concede um pouco do seu tempo?
Eu posso fazer você se perder
Eu sou louco e pra sempre vou ser
Um dia te chamei de amor, hoje faço você sofrer


Droga, por que fomos dançar aquela maldita música?
Agora não consigo mais parar
Ficou preso na minha mente
Durmo rápido e acordo de repente
É legal beber na própria veia
Eu me embriago com seu sangue de serpente


Agora eu só penso nisso, desde um tempo atrás
Desculpe... mas eu me tornei um tanto agressivo
Depois que você ficou se achando demais...


Depois que eu comecei e não parei
Quando saio de órbita, quando tendo entender
O motivo que me fez enlouquecer
Enquanto sigo dançando sem parar


Ao som dessa maldita música!!! RR

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Reflexão sobre um relacionamento...

Agora é madrugada. Eu não sei de muitas coisas. Minhas convicções, embora sejam incisivas, não é lá um mundo gigantesco de coisas. Tenho uma vida tranqüila. Minha cidade é pequena e minha alma não é má. Fiz escolhas importantes, das quais estou prestes a me desfazer. E soa estranho para mim quando lutei tanto para ter.


Sobre o amor, sempre o julguei importante, não só isso, mas fundamental. Mas de alguma forma ele sempre me perturbou. Ou pelo fato de eu estar em busca dele, ou pelo fato de não saber lidar com ele enquanto esteve em minhas mãos. Da forma louca de querê-lo junto a mim o tempo inteiro, disso fui em busca e assim o fiz. Hoje queimo em chamas de descontentamento. Escolherei a rua, a noite, o sexo sem compromisso, e tudo mais de vazio e superficial, apenas pelo fato de trocá-lo pela minha paz de espírito.


Paz de espírito também é algo que sempre busquei. E que achei que o amor me traria, ou a falta dele era a conseqüência, o motivo pela minha guerra mental. Mas hoje, com o amor na minha vida, com o “amor da minha vida”, vivo em constante transtorno, e a minha falta de paz de antes era um paraíso se comparado ao momento atual. Enfim, não encontro paz, mesmo com amor.


A desconfiança, as coisas erradas, o egoísmo e as formas de ver as mesmas coisas com olhares diferentes, contrários. Uma série de coisas pode ser atribuída. O amor, em tempo integral, acabou por sufocar quem antes tinha dificuldade de lidar com a distância e a saudade. Fica no ar, na mente, na próxima parada a pergunta: O que fazer?


Eu já sei. Minha decisão já está tomada. Sei que nem todos os momentos me livrarão de uma dorzinha, de uma lágrima aqui, outra acolá. De uma saudade que me invadirá. Saudade dos bons e simplórios momentos. Das risadas e do fato de sentir-se à vontade com alguém. De exagerar em brincadeiras, de ter sexo à disposição na maioria das vezes. Da pouca, mas vital, cumplicidade que ainda havia. Enfim, dos momentos em que era natural voltar a ser criança.


Atos displicentes acabaram com tudo. Foi desmoronando pouco a pouco uma história. E se isso não for interrompido agora, pode piorar de forma drástica depois. Doerá, mas acredito que virá para o bem de ambas as partes. Só quem passou por um relacionamento sério sabe sobre o que estou falando. O desgaste é inevitável, e o amor nem sempre é maior.


Não sou como quero ser, não sou melhor do que já fui antes e isso me sufoca. Não acumulo mais aventuras nem histórias legais pra contar. Com tudo isso, nesse ano, minha vida estagnou. Não sinto ânimo pra coisas simples. Não tenho mais uma visão de que juntos somos mais fortes. Pelo contrário, juntos estamos enfraquecendo.


Não faço a mínima idéia de como as coisas serão, mas só o fato de ter certeza de que será diferente já me consola. A constante mudança me atrai, sempre foi assim. Tenho algum medo da solidão como qualquer ser humano que já se permitiu amar alguém. Mas é um risco com o qual estou disposto a correr. Não adianta. Sinto-me esgotado e sinto que estou esgotando quem vive comigo. Ares poluídos que respiramos. Cheguei a sentir saudade de sentir saudade. A presença constante, as pequenas birrinhas, as desconfianças e mais uma porção de pequenas coisas estão me sufocando.


Aí um ou outro me diz: “Mas é normal, em todo relacionamento há brigas e desentendimentos!”


Eu respondo: “Desculpe, amigo, mas se me faz mal de alguma forma, não é bem-vindo pra mim”.


Assim que sempre pensei. Dessa forma que sempre agi. E seria um covarde se permitisse que as coisas continuassem da forma que estão. Com o coração pronto pra tomar um sonífero e cair em profundo coma, é que vou dando adeus a uma história que me marcou muito. E que de forma alguma me arrependo. De nenhum passo dado, nenhuma das pequenas mudanças de rota que foram tomadas em prol dela.


Então, amigos, meu resumo é que: Amores vêm e vão, mas a vida, ao menos nesse plano terrestre, é uma só. E não há motivo pra permanecer numa situação que não ta fazendo bem já há algum tempo. Finais podem ser dolorosos, mas não doem pra sempre. É preciso coragem. Seguimos em frente! RR

terça-feira, 22 de novembro de 2011

GN'R Capítulo 2: Garotos Bonzinhos Não Tocam Rock-N'-Roll

“Vocês queriam o melhor! Bom, eles não conseguiram...Então é isso que vocês vão ter! De Hollywood, Guns...And...Roses!” – Introdução do álbum Live Era ’87-‘93


Guns N’ Roses foram a primeira banda, além talvez de Mötley Crüe, que falou de verdade a língua do rock-n’-roll que muitos fingiam cantar e diziam viver na época do glam rock dos anos 1980. Outras bandas tinham letras completamente vazias, imagens ridículas e raramente duravam mais de dois álbuns. Olhando agora para as bandas daquela época é talvez com grande alívio que podemos dizer que mais ou menos 80% delas acabaram e vivem muito bem na pasta dos “onde estão agora?”.


As maiores bandas daquela década, como o Guns N’ Roses, Mötley Crüe e Poison, continuam na ativa de um modo ou de outro, o que confirma não só sua longevidade como algo semelhante a um milagre. Ainda há público para esse tipo de música; é ainda mais underground do que já foi um dia. Mas, ao contrário dos outros, o Guns não se enquadrava no molde glam. A única definição mais próxima era com certeza rock-n’-roll. E por mais que muitas glam da época adorassem ser roqueiras de verdade, a verdade é que sempre faltava algo neles. Eles podiam ter a atitude, mas as músicas eram abaixo do padrão e a imagem quase sempre era uma mercadoria. Onde estavam eles sem a maquiagem e as mulheres penduradas no pescoço enquanto viravam uma dose de Jack Daniels com Coca?


Com a música colocada em seu contexto, os companheiros de época do Guns não passavam de competidores. Em 2001, refletindo sobre o legado do Guns, Slash comentou: “Vi um pedaço de um especial na VH1 uma noite dessas. Era sobre bandas de cabeludos dos anos 1980. Eu só dei risada. A gente não era em nada parte dessa cena. Éramos uma banda que não se parecia com nada dos anos 80, não havia nenhuma banda como a nossa. Acho que foi isso que nos tornou tão populares. Batemos numa tecla que ninguém mais estava batendo. Os anos 80 vieram e foram embora e nós estávamos fora dessas tendências. Nunca me importou, nem a nenhum dos caras da banda, o que as outras pessoas estavam fazendo. Nós só ouvíamos a música. A gente nunca quis estar num concurso de popularidade com ninguém. Só fazíamos bem o que nos propúnhamos a fazer. Não tem nada a ver com competição nenhuma.”


Ironicamente, foi exatamente a falta de ego que fez com que eles alcançassem a altura que outras bandas tentavam tanto conseguir. O Mötley Crüe falava sobre a decadência e eles adicionavam isso, além do seu estilo rock-n’-roll; era como um estio de vida. Mas a preocupação com a música em si foi algo que eles tiraram do Guns. O Crüe não tinha um Axl nem um Slash. A pegada era algo mais sobre quatro caras tocando juntos, como uma unidade, e eles produziram seus melhores álbuns quando trabalharam em conjunto. O Guns, por outro lado, fazia mágica com as pontas dos dedos de um só integrante. Como ficou evidenciado no primeiro álbum do Mötley sem Vince Neil, a química do grupo era sustentada pela união dos quatro integrantes. O Guns podia fazer excelentes músicas confiando completamente em Izzy ou Duff nos vocais. Até quando a banda começou a se dissolver e os integrantes foram mandados embora ficando só o Axl, a química continuava lá.


Simplesmente o Guns N’ Roses foram e ainda são um enigma e, sozinhos, mudaram a cara do rock no seu período mais ativo, entre 1987 e 1992. De onde eles surgiram e como eles chegaram onde estão são questões tão relevantes para a situação atual quanto as recentes notícias sobre a cor e comprimento do cabelo de Axl. E é por isso que devemos começar pelo início de tudo.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Numa distante estrada

Saio na noite, no meio do nada
Vivo lúcido na madrugada
E agora nada vai me parar

Vou correndo em velocidade
Sigo placas de estranhas cidades
Quero apenas me divertir

Tenho o melhor de mim
Numa distante estrada
Que me leve pra longe daqui


Como os raios, estrelas, o espaço
Como vultos de almas penadas
Sigo no impulso de me distrair

Gasolina, bebidas e balas
A mistura de diversões pesadas
Estado sublime de se estar

Perdendo tempo, ganhando histórias
Outra menina que surge do nada
Tirando meu sono, me fazendo subir


Numa distante estrada
Numa distante estrada
é onde tenho o melhor de mim


Senhas espertas em ruas desertas
Minha procura parece uma festa
E eu quero dançar até cair

Prolongo o grito, aprecio o silêncio
Já tá tão tarde, não sei o que penso
Acho que devo me despedir

De um lugar muito longe daqui
Numa distante estrada
Tenho o melhor de mim


Numa distante estrada
Numa distante estrada
é onde tenho o melhor de mim


Numa distante estrada... RR

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

GN'R - Apetite Por Destruição

GUNS N’ ROSES (Biografia Completa Não Autorizada)


CAPÍTULO 1

-Apetite por Destruição-



“Eles vão ser ótimos, se viverem o bastante para isso” – Music Connection descrevendo os Guns N’ Roses em 1985.



A data é junho de 2000 e o lugar é o Cat Club, em West Hollywood. Uma platéia de apenas 250 pessoas bem confiantes testemunha Axl Rose tocando com o ex-guitarrista do Guns N’ Roses, Gilby Clarke, e a banda da casa, The Starfuckers. É a primeira aparição ao vivo de Axl desde 1993. Todos os boatos sobre ele ter cortado as madeixas e ficado gordo foram instantaneamente para o ralo quando ele apareceu em boa forma, usando o que pareciam ser tranças no cabelo ainda comprido. A banda tocou clássicos dos Rolling Stones como “Wild Horses” e “Dead Flowers” para uma platéia chocada.



Um pouco depois, ainda em junho, Axl concedeu à revista Rolling Stone uma entrevista na qual dizia que o álbum Appetite for Destruction havia sido completamente regravado pela nova formação do Guns N’ Roses para trazer o feeling do clássico som do Guns à tona e também para ensaiar para futuros shows. Também falou sobre o álbum Chinese Democracy que até então já havia custado aproximadamente 6 milhões de dólares. Hoje se diz que o álbum custou 8,5 milhões de dólares.



Aparentemente, Axl e o que havia sobrado da hierarquia Guns N’ Roses estavam finalmente com planos concretos depois de tanto tempo afastados da mídia. O vocalista parecia bem à vontade para falar sobre esses planos e, em dezembro do mesmo ano o primeiro show da banda depois de sete anos foi confirmado no Rock in Rio III, no Rio de Janeiro. A data marcada para mostrar a banda toda para o mundo era 14 de janeiro de 2001. Os fãs já sabiam que um dos guitarristas era apelidado de “Buckethead” (cabeça de balde), porque tocava com um balde de frangos da fast-food KFC na cabeça. Por mais ridículo que isso parecesse, e com a óbvia comparação ao rock de Slash e Izzy Stradlin, esse era o novo guitarrista do Guns N’ Roses.



Para completar a formação sempre conturbada da banda, estavam o guitarrista parceiro de Buckethead e ex-Nine Inch, Nails Robin Finck, Paul Tobias na terceira guitarra, o ex baterista do Primus, Briam Mantia e o baixista Tommy Stinson (ex-Replacements). A banda também contava com dois tecladistas: Chris Pittman e o único que restava da formação do Guns na época do Use Your Illusion, Dizzy Reed.



Essa formação do Guns N’ Roses tocou na véspera de ano novo de 2001 em dois shows na House of Blues, em Las Vegas, para 1.800 fãs que pagaram 180 dólares por ingresso.



Desde então, o Guns N’ Roses tocou em alguns festivais aqui e ali e até fez algumas turnês de diferentes durações. Só faltava algo: o tão discutido Chinese Democracy. O álbum estava sendo falado havia mais de uma década e, além de uma música que fez parte da trilha sonora do filme O Fim dos dias (End of Days, direção de Peter Hyams), não havia mais nenhum material da banda. Será que a nova formação seria realmente uma unidade como banda? O álbum seria lançado? Apenas um homem saberia responder a essas perguntas, e ele continuava a deixar os fãs de GN’R na incerteza.