quarta-feira, 6 de outubro de 2010

a PIOR sensação da minha vida...

Era noite seguida de outra noite sem dormir. Estou reunindo forças de todos os lados para carregar coisas que não tão cabendo em mim, mas outra hora falo nisso. Agora quero contar sobre a noite de ontem, onde eu provei a pior sensação da minha vida nesses 23 anos que me trouxeram até aqui. Então, antes de ir pra casa estava eu no dilema de o quê fazer... meus amigos me convidaram para beber e jogar playstation 2, mas eu preferi ir pra casa. O sono começava a invadir a mente e a primeira coisa que fiz foi cair na cama conforme estava, mas não passaram dois minutos e eu já levantara, decidindo fazer alguma outra coisa. Percebi que estava com fome e então fui preparar algo. Liguei o som e a música um tanto alta me deu um novo ânimo. Em casa apenas meu pai e eu. Eu estranhei que ele estava muito quieto na sala, não falara nada desde quando eu havia chegado, a televisão estava num volume baixíssimo e a minha música alta que sempre o incomoda parecia não estar existindo pra seus ouvidos. Então fui até lá, falei um pouco com ele que se encontrava quieto no sofá. Fiz palhaçadas cotidianas que ele sempre acha graça, mas dessa vez não houve reação. "Tudo bem", pensei eu, mas ainda estava achando estranho. Disse a ele que iria tomar um café e o perguntei se queria, ele respondeu que mais tarde sim. Então voltei a cozinha e lá estava eu a me alimentar. Meu pai podia estar cansado, afinal trabalhou muito o dia inteiro, minha mãe trabalha a noite num hospital e portanto, não estava em casa. Ele toma remédios controlados desde adolescente. Então terminava eu o meu café quando ele veio até a cozinha e decidiu tomar um também, colocou a água no fogo e parou-se encostado num balcão. Eu tinha um monte de coisas pra fazer, mas estava ali naquela hora sem saber o que faria, pois minha mente tava cansada já de um dia cheio que tive. Foi quando meu pai começou a tossir, como se estivesse engasgado. Foi tudo muito rápido e parecia que ele ia vomitar...em segundos suas pernas amoleceram e ele tremia todo. Ia se jogar no chão quando eu intervi. Segurei meu velho pelos braços enquanto ele desabava. Dei meu corpo para que ele se debatesse. Estávamos ali estirados no chão da cozinha. Enquanto ele grunia e babava suas mãos foram se contorcendo, parecia que ele estava sendo eletrocutado. Não sei quantos minutos durou aquilo, mas pareceu uma eternidade. Por um minuto considerei a possibilidade de perdê-lo em meus braços quando seu peito disparou de forma bruta, eu segurava sua cabeça enquanto o suor corria nela. Quando ele finalmente começou a parar de tremer, não conseguia respirar. Puxava seu fôlego como se não houvesse ar algum nos pulmões. Nisso consegui alcançar o celular e liguei para minha mãe. Então ela me disse para largá-lo devagar no chão e ir até o quarto onde tinha um óleo ungido da igreja deles. Me disse para que eu pegasse esse óleo e esfregasse na testa dele. Foi o que eu fiz. Demorou um tempão até que ele recuperasse a respiração. Então ele continuou desacordado. Eu falava com ele mas não tinha resposta. Permaneci ali até que ele despertasse a consciência. Depois de algum tempo consegui levá-lo ao quarto. Com tudo tranquilizado eu chorei, imaginando o que acontecia com a mente dele... imaginando como seria se não houvesse ninguém ali com ele na hora...ele bateria milhares de vezes com a cabeça no azulejo da cozinha. Desde que ele começou a tomar seus remédio isso raramente acontecia, mas eu nunca havia presenciado nada. Ao contrário da noite passada, nessa fui dormir cedo. E diferente de todas as noites em que deito e durmo na hora, nessa eu fiquei um tempo a refletir. Com lágrima nos olhos...finalmente peguei no sono.. RR

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