sábado, 8 de janeiro de 2011

E o Show do Nenhum De Nós

A oportunidade do primeiro show do ano... Nenhum de Nós, na praia do Cassino. Exigiu um certo esforço extra já que foi numa sexta e, portanto, sábado eu teria que trabalhar; e aqui estou agora no meu serviço, sem dormir. Pra isso, ontem à noite quando cheguei em casa, logo tasquei-lhe um litro de energético, que sempre funciona comigo. Liguei para os meus amigos, mas essa é uma parte lamentável que eu prefiro nem comentar. O único que se habilitou foi o Líder Mainar, já citado anteriormente por mim neste blog. Ficou combinado que pegaríamos a lancha das onze, e chegaríamos no Cassino por volta da meia-noite e pouquinhos...o que já tava de bom tamanho. Eu não tinha o objetivo de me entorpecer com nada e isso realmente não aconteceu. Fui e vim sóbrio e nada do que eu bebi me fez efeito algum. Fiquei tomando energético e ouvindo Nickelback em casa até a hora do Mainar chegar e nós saírmos. Aí começam os acontecimentos...


Depois de andar duas quadras de casa, o meu sexto sentido veio me soprar o ouvido, dizia-me em voz baixa que eu devia voltar até em casa porque havia alguma janela aberta. Aquela pulga atrás da orelha que te morde e diz que esqueceste de algo. Pensei em não dar importância, mas mudei de idéia enquanto ainda dava tempo. Resultado: haviam duas janelas abertas e ninguém estaria em casa até a madruga. Depois disso precisamos fazer uma corrida contra o tempo para que pegássemos a lancha das onze. Ainda falei para o Mainar que sempre quando tenho que correr para chegar a algum show, ele sempre acaba sendo bom, é uma tradição (ao menos na minha cabeça). Alegria quando vimos que chegamos na hidroviária e ainda faltavam cinco minutos pras onze. Decepção ao saber que só haveria lancha as onze e meia. Suados e levemente irritados, olhamos um pro outro com a mesma indignação. Mas não era clima pra desânimo e isso não era motivo pra tanto. Na pior das hipóteses, perderíamos o começo do show. Nessa eterna meia hora que tivemos que esperar, tomamos duas caipiras no bar do nosso amigo Cléber, chamado Pier. Depois de bater um papo e bebericar, enfim chegou a hora da lancha e lá fomos nós. Enquanto tinha caipira no copo foi divertido...ficamos brincando com os limões, parecendo duas crianças retardadas.




















Depois de tirarmos essas fotos bizarras e desnecessárias, fizemos o copo da capira de alvo e começamos a atirar os limões tentando acertar. Muito construtivo. Enfim, chegamos a Big River, e já começamos a nos dirigir com pressa rumo ao ônibus. Pois nas nossas cabeças retrógradas ainda estava o pensamento de que era quase certo que chegaríamos e a banda já estaria no meio do show. Antes de cruzarmos o calçadão nos deparamos com um dos hotéis mais requisitados da cidade, onde pessoas famosas que por ventura aparecem sempre se hospedam. E havia uma galera na rua. Com intrumentos e camisetas pretas. Quando reconheci o guitarrista do Nenhum de Nós, só pela careca. Me lembrei do que havia dito sobre quando tenho que correr para algum show. E era! A banda estava ali. Apenas eles. Nenhum fã se ligou em estar ali, ou eles não teriam muitos fãs em Rio Grande, opção que caiu por água abaixo no show. Então nós éramos os privilegiados. Na verdade mais ou menos, porque ainda tínhamos que pegar ônibus. Privilegiados são eles que tem uma banda e fazem shows por ai. Nós estamos ralando. E pagando pra vê-los. Enfim! Cumprimentamos todos eles. O Segurança nos olhou de cima a baixo. Tiramos fotos com o Sadi, que é o baterista. O Tedy Côrrea não havia descido ainda e se esperássemos podíamos perder o ônibus. Teria que ficar pra depois.


Todos foram atenciosos com a gente. Momento muito legal...



























Nos despedimos com um até breve e fomos rumo à parada do ônibus do Cassino. Lamentamos não ter esperado o Tedy, mas tudo bem. Chegando lá, haviam três garotos que iam para uma festa de funk. Falavam sobre "pegar" meninas, e amigas deles que "pegaram" vários na última festa, e a vagabunda "tal" que um deles tava afim, mas que agora não queria saber, e quantas iriam "pegar" naquela noite e enfim, bebiam catuaba enquanto o papo deles se bazeava nesse ótimo conteúdo que me deu até nojo. Em seguida parou uma senhora que queria saber onde era a parada do seletivo, sendo que uma placa enorme ha poucos metros mais adiante indicava. A idéia do seletivo também me cobiçava e todos nós, eu, mainar, senhora e moleques corremos desesperados quando este chegou. Para nossa desgraça ele só ia desembarcar o pessoal que chegava, não haveria mais seletivo. Resumo, dava tempo de ter esperado o Tedy, pois aguentamos por eternos 20 minutos até o ônibus comum chegar. Nesse meio tempo chegaram duas meninas com micro vestidos preparadas para a noitada, conversando sobre assuntos fúteis. Depois chegaram mais algumas pessoas e finalmente o busão para nos levar até o destino. No caminho o silêncio predominou, longo como o trajeto de 25km que percorremos. Chegando lá, descemos algumas quadras depois do St. patrick, que era o nome do lugar. Tivemos que perguntar onde era e sair correndo para chegar de uma vez. Passamos na frente de festas com intermináveis filas até que chegamos onde queríamos. Já devia ser quase 2h e eles não haviam entrado ainda. Íamos comprar tequila mas nem deu tempo, pois assim que entramos eles subiram ao palco, como se estivessem apenas nos esperando para começar. O calor era violento e o lugar tava absolutamente lotado. Era difícil até de respirar. Fomos pro meio e demos a sorte de achar uns malucos dispostos a agitar. Não paramos de pular um minuto sequer. Rodízios de cerveja que por fim serviram de champagne que a gente jogava na cabeça, o que incomodou os seguranças. O show foi demais. Tocaram bastante e eu não lembro a última vez que tanto suor caiu de mim, nem quando eu fazia academia era assim. Milenar. Todos os hits, Camila, Sobre o Tempo, Julho de 83, Astronauta, Paz e Amor, Das Coisas que eu Entendo, Diga a Ela, Vou deixar que você se vá, dentre outros tantos. Até Segundo Sol, de Cássia Eller, eles tocaram. Ao final ninguém aguentava mais o calor. A turma toda se cumprimentou e fizemos um bolinho uns em cima dos outros no chão, o que também incomodou os seguranças. Enfim.



Terminado o show, rolou música eletrônica e Mainar e eu ficamos zanzando por ali. Fomos até a rua onde um carinha cismou que nós éramos "os caras da bala". Teimou até o fim que eu era o vendedor e ele queria comprar. Me diverti enrolando ele com falsetes, enquanto bebia sua smirnoff. Se chamava Márcio, a figura. O Líder Mainar, também conhecido como "Mão-de-Ferro", mostrou-me sua comanda que estava molhada. A minha também estava. Mas dali há poucos segundos ele tinha conseguido rasgá-la ao meio já. É demaaaais. Andando por todos os cantos, percebemos uma sala bem grande, toda de vidro, separada da festa. Lá haviam algumas pessoas que dava para ver mais ou menos. Quando demos por conta, era a banda que estava lá. Tentamos entrar mas não dava mais. O cara que cuidava da porta nos barrou. Tudo bem, tinha valido até ali. Mas daqui há pouco o cara sai e quem fica cuidando por alguns minutos é o segurança da banda. O mesmo que nos olhou de cima a baixo no hotel. Era a nossa chance. Conversei com ele, ele se lembrou das nossas caras feias e nos permitiu entrar, contando que fosse rápido. Havia uma mesa cheia de salgadinhos e um freezer lotado de cerveja, para a banda, lógico. Trocamos mais uma idéia com eles e finalmente com o Tedy Corrêa.
Por fim, volteamos mais um pouco por ali, onde fiquei a analisar um pouco as coisas. Na fase atual que vivo, estou vendo certos acontecimentos com outros olhos. E sei os porquês disso. Teve um casal discutindo vêemente, aparentemente por bobagem, mas depois se acertaram. Não achei legal umas meninas lindas e podres de bêbadas, assim como alguns carinhas desesperados por droga, como o próprio Márcio, que quando me via ainda insistia nas tais balas que só existiam na cabeça dele, ou que ele queria que existissem. Gostei de uma galera de três meninas e um cara, que estavam bem alegres e cantavam e dançavam sem se importar com ninguém. Curti eles. Mainar e eu estávamos exaustos já. Só olhávamos. Haviam algumas pessoas solitárias e bastante casais. Volta e meia encontrava-mos um ou outro da galera que curtiu o show com a gente, sempre faziam questão de nos cumprimentar. Na finaleira o Mainar ainda tomou tequila. Ô Mainar!!! Por isso que é o líder. Mas não fez fiasco dessa vez, sim, porque tem histórias violentas do Mainar, um dia conto alguma aqui. Então decidimos acertar as contas e irmos embora dali. O primeiro ônibus devia ser as 6h, a essa altura já era quase 4h e 30 min, então saímos praticamente nos arrastando, conversando e cogitando a possibilidade do Márcio, aquele cara maníaco das balas, ser um possivel investigador disfarçado, imagina...queria porque queria meu número, ai eu disse que eu não era o "contato", e que este só tratava pessoalmente e eu não podia dar telefone...ele compreendeu. Hehe. Caminhamos em volta das festas que ainda aconteciam, pegamos a avenida e fomos vagarosamente até a frente de Iemanjá, onde agradeci e pedi por coisas que me completam e que sei o que são. Depois à beira da praia e por fim retornamos um pouco até a parada do ônibus. O qual me serviu de cama, pois dormi um sono bem tranquilo, porém com frio, por causa da camiseta ainda molhada. Já na lancha praticamente entrei em coma, quando era chegada a hora de descer eu não conseguia caminhar porque minhas pernas adormeceram muito. Me senti como um deficiente. O Mainar se apavorou, achou que eu não ia caminhar mais. Primeiro riu, ai depois ia ficando em pânico já. Mas foi questão de minutos. Fui pra casa, tomei banho e um café, resisti à tentação da cama e estou aqui, matando tempo nessa manhã de sábado contando essa imensa tragetória de ontem a noite.
Abraçoss e até mais..RR

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