domingo, 25 de outubro de 2020

Aquário...

Preciso parar..

Me tornei uma máquina

muito eficaz e sem sentimentos

controles mecânicos

numa batida sem som

Onde me encontro

Numa linha reta, na ponta oposta

Me vejo distante

Tão bem quanto antes

Inferno astral

Dia normal

Céu sem estrelas

Flashes transparentes

Entrelaçado num abraço

Tão imaginário

Quanto você em Aquário


Rio nascente em fevereiro

Eu então, seu primeiro

Fecho negócios de ocasião

Virei uma decepção

Inesquecível, mas perecível


Antes e depois

quem sou eu afinal?

Conte-me nos dedos

Guardo seus segredos

Silenciosos tanto quanto 

O túmulo que existe escondido 

Numa vertente trancada

Que você chama de alma


Abaixo de remédios pra dormir

Se diz em estado de calma,

e que "vive em paz"

O que o universo nos traz?


Eu em Aquário

Nadando em círculos

Tentando fugir

Afogado e sem instintos

Danificado com sistema falho

Em processo de revisão


Que irá me consertar?

Num lugar mais calmo 

Onde ninguém vai imaginar

Sem controle do amanhã

Quis entender, apenas viver

Sem as fotografias

Nem áudios, cartas ou peças de roupa


Ouriços do mar

estive sem ar

Tanto tempo depois...


Traga-me outra taça de vinho.. Por favor.. RR



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