sábado, 31 de outubro de 2015

Brasileiros...

Sopra o vento, pega a taça, pinte um rosto
Sombras, segredos, sensações
o que era nobre empobreceu
o espírito simplesmente fugiu, correu

De um corpo que vegetava
todas as tardes em casa
e os dias viravam estátuas de tão iguais

Estado de alerta
poeira pelas frestas
Estrelas sem brilho
num céu vazio

Um país em crise
Pessoas boas em extinção
dinheiro pelo ralo,
situação de emergência
água demais, sede demais, roubos demais

Para os que sofrem demais
O apocalipse está longe
Mas o dia do dízimo está próximo
Para você pagar sua fé em parcelas
E poder garantir sua entrada no céu

Onde não deve haver open bar
Como aquele que você foi
E bebeu tudo que via
Nem mesmo haverá aquela vadia
que você não lembra o nome

Chove a chuva, inunda a rua
a cidade, a casa de quem já não tem
sequer certeza de pão na mesa amanhã

Mas faz sol no quintal amplo daquele político corrupto
que ganhou seu voto em troca de um vale gás
E agora ri de você enquanto fuma seu charuto na sala de estar

Sem intervalos, sem claridade, mas com esperanças
Afinal, somos brasileiros, guerreiros, alegres
E nada vai estragar nosso dia
A não ser que nosso time perca pro rival
e não importa se amanhã vai ser tudo igual

Eles cagam todos os dias em nossas cabeças
E continuam no poder
Eles estão cagando pra você
Mas continuam no poder
São sempre os mesmos
Eu sei e você sabe
Mas ninguém consegue os mover
Eles continuam no poder

E não entendemos o por que
Quem sabe isso mude algum dia
agora será que alguém pode me dizer
Quanto foi o jogo do meu time? RR

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