sábado, 21 de janeiro de 2017

Extinção dos Autênticos...

Ouço as vozes.. vozes que gritam
Gritam, mas não sabem falar
Falar o que eu queria ouvir

Ouço garrafas e taças, 
Ou seriam copos de cachaça
Ouço ao longe, mas parece tão perto

Acho meio incerto, todos eles lá, eu aqui

Lá dançam as meninas comportadas de dia
Mas que à noite se tornam vadias
Vejo pessoas vazias, outras tão cheias..de si
Vejo, mas não enxergo, 
Explico, mas não entendo
Também não me comprometo
Não apago minhas luzes
Mas pago minhas contas

E se alguém achar ruim
Não deveria se preocupar
Sou eu aqui a meditar
Não me importo de incomodar

Durmo na sala de estar
E quando adormeço no sofá
Não ouço mais ninguém lá fora
Fica só o som do mar
Que eu gosto tanto de escutar

Meus sonhos tão confusos
Um dia desses, um absurdo
Que não vale à pena entristecer
Das coisas que valem à pena... você..
Das que fui dispensado...me resta esquecer

Percebo tantas coisas
Observo... logo concluo
A arte de fazer o que quiser
Não depende exatamente só de você

Mas no fim tudo é percepção
Solitário, carente coração
É um outro dia que virá
Casa cheia, tempestade, tempo bom

Vozes ao longe
Seguem fazendo seu barulho
Contemplo o presente
Recebo o futuro
Com meus braços abertos
Mas meu pé um pouco atrás
Pra que esteja quase sempre pronto

Quedas inesperadas
da escada, do telhado, da ponte, do marasmo
Não me fazem ter medo de subir
Não me impedem de tentar outra vez
Deixam em meio ao mundo fútil outra lição
Ser você mesmo é o que realmente importa
Os autênticos, hoje em dia, estão em extinção... RR

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