segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Último encontro...

Experimente-me enquanto estou sóbrio. Não deixe que eu fique fora para começar a tentar. Pode me ver dançar conforme a música. Não me peça para inventar um novo riff. Ou um novo refrão. Eu farei por livre força de vontade. Uma idéia genial me aguarda em qualquer esquina. Veste pouca roupa e diz pra eu relaxar. Me dá umas doses do seu drink diabólico. Enquanto minha mente vai entrando num estado de giro lento. E eu começo a falar demais. Digo: _Calma, a gente vai apressar as coisas dessa forma! O som tá alto, mas eu posso ser ouvido. _Não quero que um dia, eu seja responsável pelo seu choro. É melhor evitar sentir. É melhor começar a arrumar de novo as coisas e sair daqui. Mas ela diz: _não...


Manda eu sentar e calar a boca...


E eu que pensei que era só uma menininha romântica.


Diz que me quer sem intenção. Que seja só o meu corpo à sua tentação. Vejo suas pernas dentro daquele vestido curto. Branco como a neve. Sorri de forma irônica. Diz que essa noite fará eu sofrer. Me dá um gole do copo, outro da sua boca. Sem encostar na minha. Eu tô sentado na cama. Com lençóis brancos, do mesmo tom das cortinas. Diz pra eu ficar quieto e vai tirando a minha roupa. Eu obedeço. Disse ela que amanhã eu não precisaria ligar, não precisaria me importar. Que deveria apenas seguir a minha vida. Mas que naquela noite, eu seria dela. Me encarava com o Diabo no olhar. Eu não tinha escolha. Tava com um misto de tesão e tensão. Àquela altura já estava eu só de cueca, com os punhos amarrados na cabiceira da cama. Ela dançava pra mim. Depois encheu mais um copo daquilo que bebíamos e derramou sobre meu peito. Lambeu até a última gota escorrida. Depois utilizou suas unhas roxas e afiadas para arranhar-me. Perguntou se eu estava gostando. Eu encarei-a em silêncio. Sussurrei: "Vá em frente".



Então ela percorreu meu corpo milimetricamente com a língua. Vagarosa e sedutora. Eu já tava louquinho. Me chupou inteiro, com vontade, como se fosse a última chupada que ela daria na vida. Dançava mais um pouco. Esfregava seu corpo no meu enquanto eu não podia fazer nada. Quando deixou-me nú por completo. Distraía minha orelha com sua língua, fazendo que minha alma se arrepiasse. Eu já não tava aguentando. Mas não podia fazer feio. Segurei. Pensei numa xícara de café amargo. Num pão velho. Num dia de nevasca numa montanha fria. Mas nada era suficiente para conter aquele vulcão em erupção sobre mim. Apertou forte minhas pernas e levantou-se. Recomeçou sua dança de serpente. Eu, mais do que pronto, estava em estado de delírio. Ela tirou lentamente o vestido. Calcinha preta, sem sutiã. Se agachava no meu quadril e balançava seus cabelos enlouquecida ao som da música.



Pegou as taças e brindou àquela noite. Me deu da bebida e pergutou se eu estava preparado. Sorriu insana. Só fiz um mero sinal com os olhos. Estava sedento, alucinado. Então ela rebolou na minha frente. Deixou que eu passeasse com minha língua no tecido fino de sua calcinha. Quase que ultrapassando-o. Sentia-a molhadinha ao extremo. Tanto quanto eu. Com os dedos em minha boca, sentou em mim com delicadeza. Depois dançou ensandecida enquanto eu estava dentro dela. Seus olhos entreabertos me diziam que ela estava se divertindo muito com a situação. Depois saiu e me deu na boca seu gostinho. Enquanto me chupava da forma mais deliciosa já vista e sentida. Voltou a sentar-se em mim... sem fim próximo, com as unhas cravadas em meu peito, senti seu suor cair sobre minha barriga, como que sendo um afrodisíaco... até um sensacional orgasmo duplo.




Depois disso ela veio com outra coisa e fez eu beber. Dai então lembro da música ficando indecifrável. E só.



Acordei no outro dia, com uma toalha branca tapando meu membro, amarrado do mesmo jeito que ficara à noite. Sobre a toalha, um bilhete dobrado.




Depois de custar a me desamarrar, li o que dizia:


"Espero que tenha gostado do nosso último encontro tanto quanto eu gostei. Já estava de malas prontas para partir hoje. Mas queria me despedir de você de forma especial. Como havia lhe falado, não me ligue, até porque joguei fora meu celular. Quero uma vida nova e de mim você terá essa lembrança. Beijos e cuide-se."


E eu que pensei que era só uma menininha romântica.


De romântica não tinha nada...

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