Um lugar pra chamar de meu
mesmo que seja de forma esporádica...
na vida nada é permanente
Tudo é tão temporário
e as horas correm fazendo dias passarem num piscar de olhos
todo dia é uma nova segunda feira
toda data que marca traz uma memória
Nem sempre das mais felizes de se lembrar
Ou daquelas em que é inevitável chorar
Poeira baixando no ar
Poesias incompletas num velho caderno
Trevos da sorte escondidos no asfalto
Estrelas no céu de uma noite enluarada
jogando conversa fora na beira da praia
Insanidades em cidades desconhecidas
Ouvindo a mesma música por toda a madrugada
O limite é onde exatamente?
Ainda ontem eu estava tão contente
Aquele que era eu há quatro anos e meio
E que vibrava diferente em outra energia
Livrar-se do peso de certos acontecimentos
Que teimam em pesar ombros paranoicos
Não há nada para carregar
Além de fragmentos perdidos num canto e outro da sala
Bilhete escondido em meio ao livro que ela detestou
Desapareceu num pôr do sol e nunca mais voltou
Cadeiras vazias depois de uma cena de tragédia
Amanhã é outro dia e vamos sorrir novamente
Pessoas reunidas para a despedida final
De quem não se esperava ter que dar Adeus tão cedo
No dia em que ninguém gostaria de ser o anfitrião do evento
Não há escuro que amenize nem nada que sirva de alento
Mordida de cachorro num período de pouca sorte
Direções que se escolhe percorrer por simples intuição
Portas se abrem, novidades que entram e permanecem
Pessoas que somem de vez, reaparecem numa tarde de chuva
Sozinho em quase todas as noites de inverno
Nunca liguei.. aliás, até preferia
Brincar por toda a tarde com bonecos de super herói
Ou viajar a noite inteira por estradas de curvas acentuadas
Como o corpo dela que me seduziu na adolescência
E me fez flutuar pela primeira vez, absorto em uma nuvem de algodão
Num céu que ficava muito perto do chão
Jogos de azar, códigos secretos e teorias infinitas
Me dão a distração que preciso pra evitar retroceder
Pra um lugar de cheiro forte e noites quentes demais
Mal dormidas em vertigens sem fim causadas por um copo de qualquer coisa
Que algum estranho me oferece numa esquina pouco atrativa pra se estar
Em constante mutação
Quem serei eu no próximo verão???
Numa eterna busca por algo pra chamar de meu
mesmo que seja de forma tão esporádica... RR
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